A final da Copa do Mundo será uma disputa pelo tricampeonato. A França venceu o Marrocos (2 a 0), última zebra do Catar 2022, na noite desta quarta-feira (14), no estádio Al Bayt, e se classificou à final. Na decisão, enfrentará a também duas vezes campeã Argentina. Théo Hernandez e Kolo Muani fizeram os gols.
A França conquistou o título em 1998 e em 2018, já a Argentina levantou o troféu em 1978 e em 1986. O duelo de domingo (18), às 12 horas (de Brasília), no Lusail, então, será a disputa pelo terceiro título mundial, um duelo particular entre Kylian Mbappé e Lionel Messi. Um dia antes, no mesmo horário, no Internacional Khalifa, o Marrocos terá enfrentado a Croácia na disputa pelo terceiro lugar.
Os Bleus são a primeira equipe desde a Canarinho, em 1998, a chegar à final da competição defendendo o título. Se conquistar o troféu, quebrará ainda outra marca do Brasil: será a primeira equipe bicampeã desde 1962.
Apesar da frustração, o time do técnico Walid Regragui chegou até aqui com muitos méritos. Primeira seleção africana a se classificar para uma semifinal, apenas o terceiro time de fora da Europa e da América (junto com Estados Unidos em 1930 e Coreia do Sul em 2002), a equipe fez muito mais do que o marroquino mais empolgado poderia imaginar. O sistema com cinco defensores e mais quatro no meio-campo se mostrou eficaz em até certo ponto.
Mas alegria marroquina virou tensão logo aos 4 minutos. A melhor defesa do Catar 2022, que havia sido vazada só no último jogo da primeira fase (na vitória contra o Canadá) falhou e, diante da atual campeã do mundo, o erro custou caro. Depois de bate-rebate na área em jogada iniciada com Mbappé, a bola sobrou para o lateral-esquerdo Theo Hernández aproveitar uma indecisão do goleiro Yassine Bounou e marcar de voleio.
Com uma bravura sem igual nessa competição, a seleção marroquina, de torcida barulhenta, maioria no estádio que imita uma tenda dos tempos nômades no mundo árabe, até que se reencontrou no jogo. Em duas grandes oportunidades, Hugo Lloris mostrou que está em grande fase nas defesas do chute forte de Azzedine Ounahi e na bicicleta de El Yamiq.
Os primeiros 15 minutos da etapa complementar significam a passagem definitiva para a história para os marroquinos. El-Nesyri e Attiat-Allah perderam grandes oportunidades. Hamdallah fez fila dentro da área, mas esqueceu de chutar para o gol. Enquanto isso, com maior poderio ofensivo, os atuais campeões do mundo se preparavam para o contra-ataque. O centroavante Olivier Giroud, mais preso na área, chegou a dar lugar para Marcus Thuram dividir as jogadas de velocidade com Mbappé.
E foi assim mesmo que saiu o gol. Mbappé mais uma vez colocou os zagueiros para dançar dentro da área, tabelou com Thuram e cruzou para Kolo Muani garantir a vitória. Foi o primeiro toque na bola do jogador que havia acabado de entrar. O silêncio entre muitos dos 68.294 presentes colocava os franceses na final e os marroquinos na disputa pelo terceiro lugar. A partida coroou o melhor futebol e a grande surpresa do Mundial, cada um com o seu valor.
Depois do apito final, Hakimi e Mbappé, companheiros no Paris Saint-Germain, vestiram as camisas um dos outros. Enquanto os franceses comemoravam com a torcida, os marroquinos agradeciam o apoio incondicional durante os 90 minutos.