Manaus – A empresária Samira Lima Xavier viveu um episódio de racismo enquanto curtia uma noite com amigas no Salomé Bar, localizado no bairro Vieiralves, Zona Centro-Sul de Manaus. O caso aconteceu no dia 8 de novembro e só agora foi divulgado pela vítima, que usou as redes sociais para desabafar.
“Eu fiquei em choque e sem acreditar. Nunca passei por algo assim. Foram palavras que machucaram profundamente. Hoje consigo falar porque tive apoio da minha família, mas foi difícil superar”, disse Samira em stories publicados no Instagram nesta terça-feira (10).
Veja vídeo:
O que aconteceu
Segundo a versão da vítima, o caso começou após uma reclamação do grupo de amigas de Samira sobre o comportamento de Igleiciane de Azevedo Sales, que segunda elas, dançava de forma descontrolada e que, segundo elas, já havia batido o cotovelo na cabeça de uma das presentes. Ao ser abordada e pedida para se afastar, Igleiciane teria reagido com agressividade, direcionando supostos insultos racistas à empresária.
Samira, que estava distante da confusão inicial, acabou se tornando o alvo principal das ofensas. De acordo com relatos da vítima e das testemunhas imagens, Igleiciane, que estava usando o uniforme da loja de carros elétricos BYD, teria proferido frases como: “Não toque em mim com essa tua pele negra de macaco. Não me suja de negro.”
“Naquele momento, eu só conseguia gritar que ela estava sendo racista. É uma dor que não dá para descrever”, afirmou Samira em seus stories.
Ação no local e testemunhas
Um cliente que usava uma camisa do Vasco da Gama foi quem ajudou a acionar os seguranças do bar e exigiu que a acusada fosse retirada do local. Segundo Samira, mesmo após a chegada dos seguranças, Igleiciane teria continuado a agir com desrespeito, fazendo gestos obscenos e rindo da situação.
“Eu agradeço muito àquele homem que ajudou. Ele foi fundamental para que os seguranças tomassem uma atitude”, declarou a empresária.
Medidas legais e desdobramentos
O caso foi registrado no 3º Distrito Integrado de Polícia (DIP), no bairro Petrópolis, e está sendo investigado como injúria racial. Samira afirmou que espera justiça e reforçou a importância de denunciar comportamentos racistas.
Nesta terça-feira (10), o Grupo Parvi, responsável pela loja BYD onde a acusada trabalhava, anunciou que ela não faz mais parte do quadro de funcionários. Em nota, a empresa declarou que a atitude da ex-funcionária vai contra o código de ética e os valores da instituição, mesmo que o episódio tenha ocorrido fora do ambiente de trabalho.