Filiado ao Pros desde 2013, o ex-governador José Melo, 74, sonha em conquistar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) nas eleições de 2022, quando os amazonenses escolherão nomes para cargos de deputados estaduais e federais, senadores e presidente da República.
Nos bastidores, já é certo que Melo dispute ao cargo proporcional no Amazonas. O ex-governador foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM) por abuso de poder econômico nas eleições de 2014, ficando inelegível por oito anos, a contar da condenação, prazo esse que encerra ano que vem.
Cassado em 2017 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – a Corte Superior Eleitoral manteve a cassação de Melo por compra de votos nas eleições de 2014, seguindo a decisão do TRE –, Melo passou a responder a inúmeros processos por corrupção, em investigações da Polícia Federal (operação Maus Caminhos, que investiga o desvio de recursos da saúde do Amazonas). Com os processos não encerrados e ainda em fase de investigação, Melo ganha fôlego para disputar o pleito.
Outro fator que garante Melo na disputa eleitoral, segundo fontes próximas ao ex-governador, é a base eleitoral no interior. Porém, o grande “trunfo”, seria a base empresarial que Melo ajudou e que continua no “game”.
Vale lembrar, que Melo foi articulador político de caciques como Amazonino Mendes (Podemos), Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD). O ex-governador também tem uma proximidade com o atual prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), que foi líder do governo Melo na Aleam.
Resta saber se o ex-governador José Melo terá apoio direto ou indireto durante as eleições do próximo ano.
Dentro do Pros, a informação que circulava é que o ex-governador havia sido expulso do partido. No entanto, em uma consultar no site do TSE, verificou-se que Melo continua filiado ao partido, com status de “situação regular”, desde 2013.
Articulação Nacional
Algumas pessoas dentro do Pros comentaram sobre a possibilidade de inviabilizar a candidatura do ex-governador no ano que vem. Contudo, muitos reconhecem a articulação de Melo junto ao presidente nacional do Pros, Eurípedes Júnior.
Os filiados lembraram que em 2014, quando Melo disputou o cargo de governador, seu principal concorrente, o senador Eduardo Braga, articulou de todas as formas para inviabilizar a candidatura do ex-governador junto ao presidente do Pros que, por sua vez, foi sucinto ao falar que já tinha conversado com José Melo, definido o nome para a disputa do pleito e que seria um “homem de palavra”.
“Mesmo que o Diretório Estadual que faz parte da base do governador Wilson Lima (PSC) não queira o Melo, o ex-governador tem uma relação muito forte com o presidente da nacional e nenhuma legenda consegue tomar decisões sem parecer da nacional”, comentou uma das fontes.