João Zambelli, de 17 anos, reapareceu nesta quinta-feira, 5, com um novo perfil no Instagram depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou suspender sua conta antiga.
Em sua primeira publicação, ele afirmou que sua família sofre censura e perseguição com motivações políticas.
O filho da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) mostra-se indignado com as medidas contra sua mãe. Ele afirma que o cerco agora se estende a ele e à avó. A parlamentar, que deixou o Brasil na semana passada, emancipou o filho pouco antes de embarcar.
“Não cometemos crime algum”, comentou João. “Apenas exercemos o direito de pensar diferente, de discordar, de lutar por um Brasil livre.”
Filho da Carla Zambelli acaba de publicar vídeo depois da censura do Moraes pic.twitter.com/QNyeqkON8B
— Manuel Menezes (@MenezesVirtual) June 6, 2025
O adolescente também declarou que não tem contato com a mãe. Além disso, informou que teme pela saúde da avó, que vivia com Carla em um imóvel vinculado ao cargo da deputada.
João Zambelli atrai mais de 30 mil seguidores logo depois de criar perfil
João batizou seu perfil como @joaozambelli01 e atraiu mais de 30 mil seguidores poucas horas depois da estreia. Ele segue nomes como o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ministro André Mendonça, os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e general Pazuello (PL-RJ), além do filósofo Olavo de Carvalho.
“O que eu fiz de errado?”, interpelou João. “Eu não consigo entender. Eu não consigo entender o que a gente fez de errado. Eu não consigo entender isso. O que minha avó fez para merecer isso?”
A publicação ainda inclui um link para um novo canal de Carla Zambelli no Substack. Na plataforma, a parlamentar pretende manter atualizações sobre sua atuação e opiniões políticas. Antes de sair do país, a deputada declarou que deixava seu legado digital sob os cuidados do filho e da mãe.
Na ocasião, Zambelli afirmou que sua mãe seria candidata à Câmara Federal nas próximas eleições e que João se lançaria à vereança em São Paulo em 2028. A intenção, segundo ela, é garantir a continuidade de sua agenda política mesmo sob censura.
Em sua publicação, um vídeo de cerca de três minutos, ele diz que veio a público compartilhar sua tristeza e indignação. “Na ânsia do ministro Alexandre de Moraes de destruir a carreira da minha mãe, de tirar o mandato dela, de prendê-la por 15 anos de prisão, ele agora vem atrás de mim e da minha avó”, afirmou.
Com uma música ao fundo, ele disse estar preocupado com a saúda da avó, que dependia de sua mãe financeiramente. De acordo com ele, o local onde moram é um apartamento vinculado ao cargo da deputada.
“Quando eles quiserem cassar o mandato da minha mãe, a gente vai morar onde? Com o salário de aposentada da minha avó e seus 75 anos, que serviço ela vai arrumar? Que trabalho eu vou arrumar, com 17 anos?”, questionou.
João afirmou ainda que está sem contato com a mãe e não consegue falar com ela. “Eu me pergunto: será que, se minha mãe fosse de alguma facção criminosa, ela seria libertada? Creio que provavelmente sim”, disse.
Na legenda, o filho de Zambelli escreveu que ela está sendo perseguida por defender a verdade e os valores de que muitos já esqueceram.
“Ela vive no exílio, obrigada a deixar o Brasil para fugir da ditadura da toga que se instalou em nosso país. Não cometemos crime algum, apenas exercemos o direito de pensar diferente, de discordar, de lutar por um Brasil livre.”
“A injustiça que estamos vivendo é o retrato de um sistema que perdeu a vergonha. Mas não vamos nos calar”, acrescentou. A legenda divulga ainda um novo perfil de Carla Zambelli no Substack, rede destinada à publicação de textos longos e newsletters.
Antes de sair do Brasil, a parlamentar afirmou que deixava sob responsabilidade do filho e da mãe dela os cuidados com suas redes sociais e seu legado político. Zambelli chegou a publicar que sua mãe era pré-candidata a deputada federal no próximo ano.
“Da mesma forma, meu filho, João Zambelli, também dará seguimento a esse legado, em 2028, como pré-candidato à vereança de São Paulo, assegurando que minha luta não seja esquecida, caso, de fato, eu venha a ser calada pelo sistema”, publicou na ocasião.
Nesta quinta, a deputada federal foi incluída na lista de difusão vermelha da Interpol. Ela se tornou a sétima brasileira na relação, que tem ainda 65 homens do país.