A Prefeitura de Manaus montou uma força-tarefa de caráter humanitário para auxiliar oito famílias despejadas a realizarem suas mudanças para o residencial multifamiliar Cidadão Manauara 2, etapa B, localizado no bairro Santa Etelvina, zona Norte. Como foi o caso da desempregada e indígena Maria Ione Brandão Alves, 48, que agora reside no bloco 21, apartamento 402. A sua família era uma das ocupantes do antigo prédio da Casa do Estudante, na rua Barroso, no Centro.
Da etnia kokama, assim como o marido, que é cardiopata e sustenta a família vendendo água nos terminais, Maria estava com as suas coisas na rua Barroso, e pediu ajuda para a mudança. Ela morou na ocupação por 5 anos, praticamente a idade do filho. Quando se mudaram para o prédio na Barroso o bebê tinha 7 meses.
“A emoção de ter uma casa não consigo descrever, o quanto esse apartamento significa na minha vida e na da minha família. Agradeço a Deus, ao prefeito David Almeida e ao senhor Renato. Que Deus abençoe imensamente a todos. E que eles continuem olhando por famílias que precisam de moradia e acabam sendo invisíveis. Hoje vou morar no que é meu, onde tem água, luz. Onde estava não tinha nada. A sala que a gente ocupava era tudo. A emoção de poder pagar a primeira parcela do meu apartamento será única e já choramos muito por tudo”, disse ela emocionada.
Maria conta que o prédio onde morava, condenado pela Defesa Civil, tem outras pessoas morando. “Têm muitas crianças, deficientes, idosos. Estou muito feliz de contar com a ajuda num momento tão crítico da minha vida. Agradeço de coração. Onde eu estava fiz família, crianças que cresceram com meu filho. Estou desempregada, sem condições de pagar uma mudança agora, me cobraram R$ 300”, relata.
Os beneficiários do residencial iniciam neste domingo, 22, a fase de mudança para seus apartamentos, após terem realizado a assinatura de contrato e recebimento das chaves. Em razão das medidas de distanciamento por causa da pandemia da Covid-19, os beneficiários foram divididos em grupos e têm prazo de até 30 dias para realizar suas mudanças, que estão previstas para ocorrer até a próxima quarta-feira, 25.
Entre os primeiros moradores que infelizmente foram despejados estão Alessandra da Silva Vasconcelos, Pessoa com Deficiência (PcD), que vai começar uma nova vida, na casa própria, morando no bloco 8, apartamento 202. Um rapaz de 26 anos, portador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), que foi despejado no dia 17, também fez sua mudança hoje para o residencial.
A Prefeitura de Manaus montou uma força-tarefa com o uso de caminhões da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) para atender aos mutuários desempregados e sem recursos para pagar uma mudança. Outras secretarias estão sendo acionadas para poder utilizar caminhões que possam ser necessários para atender aos novos moradores na mesma condição. Para o prefeito David Almeida é fundamental, neste momento, onde muitas pessoas estão desempregadas e em vulnerabilidade social, como os que se mudaram hoje, ajudar da melhor forma.
“Estamos resgatando parte da esperança e dignidade de pessoas que necessitam de habitação, atendendo proposta de campanha do prefeito David Almeida, de oferecer para a cidade uma política habitacional e de regularização urbana. Isso é gratificante, para a gente que trabalha com população carente e vê essa felicidade, essas lágrimas de alegria. Isso é mais valoroso do que qualquer outra coisa, fazer as pessoas felizes”, afirma o vice-presidente da Habitação e Regularização Fundiária, Renato Queiroz.