A empresa Meta, dona do Facebook, concordou em pagar 725 milhões de dólares (cerca de R$ 3,74 bilhões) para resolver um processo judicial, iniciado em 2018, que acusava a rede social de permitir o acesso de terceiros a dados privados dos usuários. O valor do acordo foi divulgado na noite de quinta-feira (22).
“O acordo proposto de US$ 725 milhões é a maior demanda já alcançada em uma ação coletiva de privacidade de dados e o máximo que o Facebook já pagou para encerrar esse tipo de ação privada”, disseram os advogados dos demandantes no processo.
O Facebook não admitiu nenhuma irregularidade como parte do acordo, que ainda precisa ser aprovado por um juiz de São Francisco.
“Estamos buscando um acordo porque é do interesse de nossa comunidade e de nossos acionistas”, declarou a porta-voz da Meta, Dina El-Kassaby Luce, em comunicado.
“Nos últimos três anos, revisamos nossa abordagem quanto à privacidade e implementamos um programa abrangente”, acrescentou.
Em agosto, foi noticiado que o Facebook havia chegado a um acordo preliminar, embora os termos e os valores não tivessem sido divulgados na época.
Em 2018, usuários da rede social acusaram-na de violar as regras de privacidade ao compartilhar seus dados com terceiros, inclusive com a empresa britânica Cambridge Analytica, vinculada à campanha presidencial de Donald Trump em 2016.
A Cambridge Analytica, que então fechou as portas, coletou e explorou as informações privadas de 87 milhões de usuários do Facebook sem o consentimento deles, de acordo com o processo.
Esses dados teriam sido usados no desenvolvimento de um software criado para orientar os eleitores americanos a favor de Trump.
A partir de então, o Facebook removeu o acesso de milhares de aplicativos suspeitos de abusar de seus dados, restringiu a quantidade de informações disponíveis aos desenvolvedores e tornou mais fácil aos usuários regular as restrições sobre o compartilhamento de dados pessoais.
Em 2019, as autoridades federais multaram o Facebook em 5 bilhões de dólares (cerca de R$ 25,82 bilhões) por ter enganado seus usuários, e ainda impuseram uma supervisão independente da gestão de dados pessoais da rede social.