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Ex-senador Telmário Mota ‘treinou’ assassinato da ex-mulher em fazenda avaliada em R$ 3,3 milhões, diz polícia

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Policias estiveram no local nesta segunda-feira cumprindo um mandado de buscar a apreensão

A informação de que o grupo se preparou para o crime na fazenda do político antes de sua execução foi divulgada pelo titular da Delegacia Geral de Homicídios de Roraima, João Evangelista, durante coletiva de imprensa. A relevância do local para os executores era tamanha que nome da propriedade foi usado para batizar a operação Caçada Real, deflagrada nesta segunda-feira para desarticular o bando.

— O nome da operação se reporta a um local onde houve não apenas o planejamento, não apenas a reunião do grupo, como até um treinamento antes da execução — explicou o delegado.

O imóvel consta na declaração de bens de Telmário Mota apresentada à Justiça Eleitoral em 2022, quando ele tentou a reeleição ao Senado, sem sucesso. Nos dados repassados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o político informou que a fazenda era avaliada em R$ 3,3 milhões, tendo 1.200 hectares — o equivalente a mais de mil campos de futebol, aproximadamente. Em 2021, o local ganhou notoriedade após o então senador afirmar que a propriedade havia invadido por aproximadamente cem porcos.

O ex-senador Telmário Mota — Foto: Waldenir Barreto/Agência Senado
O ex-senador Telmário Mota — Foto: Waldenir Barreto/Agência Senado

A polícia esteve na fazenda nesta segunda-feira em busca do ex-parlamentar, mas ele não foi encontrado no local, já que teria fugido para Goiás ao saber que era procurado. Os agentes também fizeram buscas em um apartamento do político em Brasília. Ao todo, a Justiça expediu três mandados de prisão e sete de buscas e apreensão, mas inicialmente só um alvo foi encontrado.

Leandro Luz da Conceição, apontado como suspeito de ter dado o tiro que matou Antônia, foi preso em Caracaraí, no interior de Roraima. Já o sobrinho do ex-senador, Harrison Nei Correa Mota, conhecido como Ney Mentira, suposto responsável por organizar o assassinato com o tio, é considerado foragido.

Antônia foi morta com um tiro na cabeça no dia 29 de setembro, por volta das 6h30, quando saía de casa para trabalhar. O crime foi executado por duas pessoas em uma moto. Conforme a investigação, a decisão de matá-la partiu de uma reunião na fazenda Caçada Real.

Ney Mentira, então, teria comprado a moto utilizada pelos criminosos. Ainda segundo os investigadores, o veículo foi adquirido por R$ 4 mil em espécie, estava em nome de outra pessoa e tinha documentação irregular. O sobrinho do ex-senador já era alvo de acusações de homicídio qualificado, estelionato, roubo majorado, furto qualificado e apropriação indébita.

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