Com as partidas de Washington Rodrigues – o Apolinho-, Antero Greco e Silvio Luiz o mundo do esporte amanheceu nesta quinta-feira (16/5) com dor no coração. Nomes históricos que são referências para a nova geração de jornalistas esportivos partiram nas últimas 24 horas, deixando uma marca importante para a profissão no Brasil.
Os três, além da história que fizeram no jornalismo, se dedicaram por dezenas de anos a levar a felicidade do esporte para quem os acompanhava. Tanto Apolinho, como Antero Greco e Silvio Luiz tinham como marca registrada a alegria e o bom humor.
Washington Rodrigues, o Apolinho, faleceu na noite da última quarta-feira (15/5) em meio ao jogo do seu clube de coração, o Flamengo. Seu grande amigo e também nome importante do jornalismo esportivo, Luiz Penido, anunciou com emoção seu falecimento durante transmissão da Rádio Tupi, onde Apolinho fez história:
“Para tudo, para o jogo, 4 a 0 para o Flamengo. Eu quero pedir desculpas, ouvintes, pela minha emoção. São 25 minutos do segundo tempo e hoje, 15 de maio de 2024, acaba de falecer Washington Rodrigues, o Apolinho. O ídolo supremo parte para a morada eterna, depois de uma vida tão brilhante, deixando um legado e entrando na história da rádio”,
Flamenguista, ele partiu para seu maior desafio ao aceitar ser técnico do Flamengo no ano do centenário do clube, onde lá estavam o então melhor do Mundo Romário, além de Edmundo, Sávio e outros nomes de peso. A passagem foi breve, com 26 jogos, 11 vitórias, oito empates e sete derrotas. Três anos depois, o jornalista voltou ao clube, como diretor de futebol.
No jornalismo, Apolinho começou a carreira no rádio na década de 1960 e passou por grandes emissoras, como Rádio Globo e Tupi, lançando bordões históricos que marcaram o futebol até hoje, como “Mais feliz que pinto no lixo”, “Briga de cachorro grande” e o “chocolate” para se referir a goleadas.
A história de Antero Greco no jornalismo esportivo carrega 50 anos de experiência, passando por Estadão e outros jornais, mas principalmente pelo seu papel na ESPN, onde marcou gerações ao lado de Paulo Soares, o “Amigão”.
Irreverente e profissional, Antero sabia trazer a notícia e o bom-humor, além de explorar o “riso frouxo” de Amigão, como ele mesmo dizia. A dupla apresentava o Sportscenter já no horário que beirava a madrugada, mas conseguiam manter os espectadores ligados com a singularidade que levavam ao programa.
Antero Greco partiu em um cenário parecido com Apolinho, poucas horas depois do seu time do coração, o Palmeiras, vencer o Independiente Del Valle pela Libertadores. Simbólico, mas que marca a triste partida de dois nomes de peso que partiram.
Não dá para esquecer de Silvio Luiz, um dos maiores jornalistas esportivos do Brasil. O futebol brasileiro acompanhou por várias vezes o narrador e aproveitou o melhor do futebol com seus bordões clássicos, como “Pelo amor dos meus filhinhos”, em jogadas de perigo potencial para reforçar a atenção do telespectador, ou “Pelas barbas do profeta”, para retratar um lance desperdiçado de forma bizonha.
Aliás, os bordões tornaram o narrador um nome único do futebol e ele sempre disse que sua motivação era “fugir do óbvio”, por isso não gritava gol:
“Uma coisa que detesto nas transmissões: grito e óbvio. Se você tem uma imagem, não preciso dizer o que você está vendo. Não digo que sou um narrador de televisão, sou um legendador de imagem”, disse o narrador, em entrevista à Rede TV!.