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Enquanto não se descobre soluções para o problema, nuvens de fumaça encobrem Manaus há uma semana

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Sistema eletrônico de vigilância ambiental avalia como ‘péssima’ a qualidade do ar na capital amazonense

Nuvens de fumaça encobrem Manaus há uma semana. Na madrugada deste domingo, 5, o problema tornou-se mais intenso. O problema persistiu pela manhã, com regiões da capital amazonense completamente encobertas.

De acordo com o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), desenvolvido por pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas, a qualidade do ar é péssima.

O Selva considera o ar péssimo quando o índice está entre 125 e 160. Na madrugada de ontem, por exemplo, o número chegou a 600 na zona sul de Manaus e ficou entre 200 e 400 na zona leste da capital amazonense.

É a segunda vez que Manaus sofre com nuvens de fumaça constantes neste ano. Na primeira delas, em outubro, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) alegou que o problema teria origem em queimadas geradas por pecuaristas. O órgão, vinculado ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, ainda não se manifestou sobre esta segunda crise.

O cheiro das queimadas invadiu residências e prejudicou milhares de moradores. Muitos precisaram usar máscaras para sair de casa. E não para aí. As nuvens de fumaça isolaram comunidades rurais, provocaram o fechamento de escolas e impactaram o escoamento da produção do Polo Industrial de Manaus.

Esse problema deixou todos os municípios em situação de emergência. Segundo a Defesa Civil, mais de 600 mil pessoas já foram atingidas pelas nuvens de fumaça.

As justificativas das autoridades

O governo do Amazonas alega que o fenômeno é fruto de queimadas oriundas do Pará. Este último nega que as nuvens de fumaça tenham origem no Estado.

A Secretaria de Meio Ambiente informou que, com o El Niño, o Pará sofre com períodos de pouca chuva e seca. A pasta comunicou que reforçou o efetivo e ampliou ações de prevenção e combate aos incêndios florestais.

Recorde de queimadas

Passados dez meses da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, o problema das queimadas na Amazônia não reduziu.

“Há poucos dias, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) constatou que o Amazonas, nos primeiros dez dias do mês, teve o pior outubro de queimadas dos últimos 25 anos: foram registrados quase 2,7 mil pontos de calor, ante pouco mais de 1,5 mil sob o comando de Bolsonaro, no mesmo período do primeiro ano de seu mandato”, escreve Cristyan Costa. “A pesquisa do Inpe considera dados compilados desde 1998, quando começou a avaliá-los. Somando com o mês anterior, já são mais de 9 mil focos.”

A maioria dos dez municípios afetados pela destruição na Amazônia Legal é do Amazonas. Lábrea, a quase 850 quilômetros ao sul da capital, lidera o ranking, com 344 focos de calor. Em seguida, vem Boca do Acre, com 267. Ainda na lista, aparecem Novo Aripuanã, com 249, e Autazes, com 236. Apuí também desponta no monitoramento, em sétimo lugar, com 162 incêndios.

Os municípios estão no sul do Estado, conhecido como “arco do fogo”. A extensão da fumaça chegou a encobrir Manaus, durante cinco dias, e só diminuiu depois de chover. Além do desmatamento no Amazonas, o Rio Negro enfrenta a maior seca em mais de cem anos ao alcançar o nível de 13,59 metros (m), sendo o normal 30 metros.

Em paralelo, o desmatamento no Cerrado aumentou de 275 quilômetros quadrados para 520 quilômetros quadrados, no mês passado, se comparado com o mesmo mês de 2022, informou o Inpe.

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