Uma comitiva do Governo Federal esteve nesta quarta-feira, 10 de janeiro, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. As ministras Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e o ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos e da Cidadania) conduziram a visita institucional acompanhados pela presidenta da Funai, Joenia Wapichana, e o secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, além de um corpo técnico do Ibama e da Polícia Federal.
Vamos continuar juntos, lutando para retirar os garimpeiros do território Yanomami e de outras áreas indígenas que ainda têm invasores. Estaremos com essa frente atuante, permanente e continuada com o compromisso desses ministérios que trabalham junto de forma transversal conforme também é a orientação do próprio presidente Lula para a gente poder proteger os povos indígenas”
Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas
A visita ocorreu no dia seguinte à primeira reunião ministerial do ano convocada na terça-feira (9) pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que tratou especificamente da situação do povo Yanomami e encaminhou um crédito extraordinário de R$ 1,2 bilhão para a implementação de ações estruturantes na região.
A comitiva esteve em Auaris (RR), região de fronteira do Brasil com a Venezuela. No local, foram verificadas as condições no Polo Base Auaris, onde estão sendo construídas novas instalações para receber os pacientes, laboratórios e alojamentos para profissionais de saúde.
Em seguida, o grupo foi à aldeia do mesmo povo, onde, em 2023, o Governo Federal forneceu ferramentas novas para a criação de roçados que facilitam a autonomia alimentar. Durante a visita, lideranças indígenas Ye’kwana discutiram com os representantes do Governo Federal os avanços e desafios que os povos Yanomami e Ye’kwana enfrentam.
Em entrevista coletiva, as ministras Sonia Guajajara e Marina Silva e o ministro Silvio Almeida destacaram o caráter permanente das ações que serão tomadas em benefício dos Yanomami, após a atuação emergencial que foi necessária no ano passado. “Vamos continuar juntos, lutando para retirar os garimpeiros do território Yanomami e de outras áreas indígenas que ainda têm invasores. Estaremos com essa frente atuante, permanente e continuada com o compromisso desses ministérios que trabalham junto de forma transversal conforme também é a orientação do próprio presidente Lula para a gente poder proteger os povos indígenas”, afirmou a ministra Sonia Guajajara.
A Casa de Governo vai gerenciar presencialmente o conjunto de medidas implementadas e evitar a invasão das terras indígenas. Vão compor a estrutura da Casa de Governo órgãos como Funai, Ministério dos Povos Indígenas, Ministério do Meio Ambiente, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Ibama, Ministério dos Direitos Humanos, Ministério da Educação, entre outros.
“Além das bases que nós já temos, teremos mais três bases permanentes que serão montadas para dar suporte às ações da Funai, do Ibama, do pessoal da área de saúde. Isso é um trabalho que o presidente Lula determinou que seja uma ocupação do território na parte de segurança, por parte do Ministério da Defesa, através das Forças Armadas e da Polícia Federal. Ou seja, nós teremos que ter aqui uma ação do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e da Polícia Federal”, disse Marina Silva.
O ministro Silvio Almeida destacou que, enquanto os Yanomami estiverem em risco, o povo brasileiro todo estará em risco. “Se nós não formos capazes de defender os povos indígenas, não seremos capazes de defender o nosso país.”
O secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, ressaltou que a resposta à crise sanitária incluirá a instalação do primeiro hospital de saúde indígena no país, em Boa Vista, e a ampliação da Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai). Outras medidas incluirão um centro de referência na região de Surucucu e um plano para a construção e reforma de unidades de saúde indígena na TI Yanomami.
“Passamos a atuar em um território em que mais de 200 comunidades indígenas estavam desassistidas, com vazio assistencial, com subnotificação de dados epidemiológicos e mortalidade”, afirmou Tapeba. “Garantimos a expansão da assistência neste território”, completou.
Além das ministras Sonia Guajajara e Marina Silva e do ministro Silvio Almeida, participaram da entrevista coletiva Joenia Wapichana (presidenta da Funai), Weibe Tapeba (secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde), Jair Schmitt (diretor de Proteção Ambiental do Ibama), Janini Ginani (gerente de projetos da Casa Civil) e o líder indígena Davi Kopenawa.