O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em visita à Terra Indígena Yanomami, que o governo vai atuar para interromper o garimpo ilegal. A visita foi motivada pelo estado de emergência de saúde pública decretado na região em razão da desnutrição infantil e da disseminação de malária.
“Nós vamos levar muito a sério essa história de acabar com qualquer garimpo ilegal. E, mesmo que seja um trabalho que tem autorização da agência para fazer pesquisa, terá de fazer pesquisa sem destruir a água, sem destruir a floresta e sem colocar em risco a vida das pessoas que dependem da água para sobreviver”, disse.
De acordo com o relatório “Yanomami sob ataque: garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami e propostas para combatê-lo”, entre 2016 e 2021 o garimpo ilegal aumentou 3.350% na região. Lula afirmou que uma das prioridades do governo será coibir esse tipo de prática.
O garimpo ilegal polui a água que é consumida pela população, porque lança mercúrio e outros produtos tóxicos nos rios, causando doenças entre os moradores. Além disso, prejudica a produção de alimentos, com a destruição das florestas, o que gera aumento da caça ilegal e ocasiona o avanço da fome nas comunidades tradicionais.
O presidente estava acompanhado das ministras da Saúde, Nísia Trindade, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara. A portaria que declara emergência de saúde pública na Terra Indígena Yanomami, localizada em Roraima, foi publicada na noite de ontem, sexta-feira (20).
Com a declaração de emergência, o governo criou o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE – Yanomami), que será coordenado pela Secretaria Nacional de Saúde Indígena. A partir da publicação em Diário Oficial, o poder público fica autorizado a deslocar recursos humanos e insumos para atuar no caso.