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Em vídeo família da cabeleireira Débora agradece o apoio da maioria da população: “nunca estivemos sozinhos”

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Familiares da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos — que escreveu, com batom, a frase “perdeu, mané” na estátua da justiça — gravaram um vídeo neste domingo (30) para agradecer o apoio recebido nos dois anos em que a mulher esteve presa.

“Queremos, do fundo do coração, expressar nossa mais profunda gratidão a todos que se uniram em oração, apoio e mobilização pela liberdade da nossa querida Débora”, disse a técnica em enfermagem Claudia Rodrigues, em referência à decisão de prisão domiciliar concedida na última sexta-feira (28).

Ao lado da irmã Eva, da mãe Maria de Fátima e do cunhado Nilton — marido de Débora e pai dos pequenos Rafael (8 anos) e Caio (10 anos) —, Claudia relata que a família enfrentou “dias difíceis, de dor e incerteza”, mas obteve força em inúmeras mensagens de solidariedade e gestos de carinho.

“A libertação da Débora não é apenas uma vitória dela ou da nossa família, mas de todos que acreditam na justiça, na verdade e na dignidade humana”, afirmou a moradora de Campinas (SP). “Nunca estivemos sozinhos”.

VÍDEO

O vídeo foi divulgado nas redes sociais dos advogados de defesa, onde familiares aproveitaram para agradecer pela mobilização. “Aos amigos que nunca nos abandonaram, às igrejas que oraram com fé, aos jornalistas e influenciadores que deram voz à causa e a cada um que, de alguma forma, fez parte dessa jornada”, disseram.

Ainda segundo a família, todas essas ações fizeram com que Débora estivesse de volta ao seio da família, “podendo finalmente abraçar seus filhos, viver sua vida e recomeçar”. No entanto, apontam que a luta não terminou e que continuarão firmes “para que a justiça prevaleça e para que nenhuma outra família passe” pela mesma situação.

Débora está em prisão domiciliar com inúmeras restrições

A prisão domiciliar de Débora estabelece diversas medidas cautelares como uso de tornozeleira eletrônica na residência, proibição do uso de mídias sociais e convívio social restrito, o que impede, por exemplo, a cabelereira de trabalhar. Segundo a decisão de Moraes, a mulher só pode receber visitas dos pais, irmãs e de seus advogados.

A paulista também é proibida de manter contato com outros envolvidos nos atos do 8 de janeiro e de conceder entrevistas, sob penalidade de revogação da prisão domiciliar em caso de descumprimento das medidas.

O que aconteceu com a cabeleireira?

Débora Rodrigues passou dois anos presa após ter participado dos atos do 8 de janeiro e ter sido fotografada escrevendo, com batom, a frase “Perdeu, mané” na estátua da justiça. Ela foi presa em 17 de março de 2023, ficou mais de 400 dias na prisão sem denúncia, e o ministro Alexandre de Moraes votou para condená-la a 14 anos de prisão.

Após o voto de Moraes ser seguido por Flávio Dino, o ministro Luiz Fux pediu vistas, suspendendo o julgamento, e autoridades, influenciadores e pessoas comuns passaram a divulgar mensagens de apoio à cabeleireira com a hashtag #SomosTodosDebora. A repercussão também ocorreu na imprensa, que passou a repercutir as informações.

Na sexta-feira (28), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, recomendou a substituição da prisão preventiva da mulher por prisão domiciliar, ao menos até a conclusão do julgamento, e Alexandre de Moraes acatou o pedido na mesma data. No total, a defesa já havia solicitado nove vezes a liberação de Débora.

Segundo seus advogados de defesa, a cabeleireira foi para casa no sábado (29). Enquanto isso, seu julgamento segue suspenso.