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Em Moscou, Janja passa pano para Lula lamber as botas de Putin

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A cada novo ciclo eleitoral, as urnas parecem nos dizer: “Bem-feito! Vocês que votaram”

E lá foi ela passear outra vez. Janja desembarcou na Rússia com seis dias de antecedência à comitiva oficial de Lula. Sozinha – ou quase – ,levando na bagagem o figurino do “protagonismo feminino progressista” e a velha embalagem do marketing petista, mais fake que nota de três reais: fome e empatia. Tudo sob patrocínio estatal, é claro, e direito à visita guiada ao Kremlin.

Entre um passeio pelo Teatro Bolshoi e uma selfie no Hermitage, a primeira-dama jura cumprir missão oficial: promover a tal “Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”. Traduzindo do janjês institucional: mais um tour diplomático-cenográfico sem cargo, sem responsabilidade legal e com status de embaixadora universal da bondade – fabricada em gabinete de marqueteiro.

Não se engane, leitor amigo, leitora amiga: isso não é apenas mais um tour político. É estratégia eleitoral. Enquanto Lula dá voltas pelo planeta em busca do protagonismo que já não encontra nem na própria base aliada, Janja tenta ocupar o vácuo institucional com uma agenda paralela, cheia de causas supostamente nobres, mas vazias de quaisquer resultados concretos.

Conta salgada

Quem paga a farra? Ora, os otários aqui. A Advocacia-Geral da União, como boa aliada, já garantiu: tudo o que Janjinha faz – e nos custa! – é “Do interesse público”. A fome, evidentemente, e não a dela, pois não passa, é uma tragédia. Mas é também a escada favorita de Lula desde sua primeira campanha, ainda nos final dos anos 1980, e Janja aprendeu a subi-la.

A cada viagem, sua presença como “representante do Brasil contra a fome global” é mais noticiada que a do próprio maridão-presidente. Suas falas viram nota oficial. Seus eventos são divulgados pelo Planalto. Sua atuação é de uma política de Estado – só que sem ministério, sem voto e sem prestação de contas. É o poder clandestino em seu estilo mais opaco.

Só que o Brasil real, do escândalo bilionário do INSS, não perdoa e escancara o colapso de um governo que, no discurso, vive para os pobres, mas, na prática, não consegue nem sequer proteger os mais vulneráveis. Internamente, quem espera aposentadoria enfrenta meses de fila. Quem frauda, recebe em 48 horas. Mas, externamente, divulgam-se maravilhas fantasiosas.

A gente não aprende

Em alguns dias, será a vez de Lula desembarcar em Moscou para reencontrar a esposa. Enquanto Vladimir Putin finca de vez suas botas sujas de sangue na Ucrânia, o presidente brasileiro corre para lambê-las. Mas não sem antes assistir, ao lado da primeira-dama, ao Lago dos Cisnes. Apenas, talvez, fosse o caso de lembrá-los de que o Brasil, ao contrário da ave, afunda.

Lula irá, em tese, celebrar ao lado do carrasco russo e de uma horda de ditadores os 80 anos do Dia da Vitória, marco da rendição da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. Ao mesmo tempo, despreza o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o próprio povo ucraniano. Democracia, liberdade e direitos humanos são sempre conceitos relativos para o chefão petista 

O casal Silva é a materialização de um Brasil que prefere parecer ao invés de ser. Um país onde a estética do humanismo vale mais que sua prática. Onde a corrupção escapa pelos ralos da burocracia, enquanto o presidente e a primeira-dama desfilam entre ditadores e ditaduras. A cada novo ciclo eleitoral, as urnas parecem nos dizer: “Bem-feito! Vocês que votaram.”

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