O técnico da Seleção Brasileira, Tite, concedeu, nesta quinta-feira (13/10), uma entrevista coletiva a jornalistas das regiões Norte e Centro-Oeste que estarão presentes na Copa do Mundo do Catar, com início no dia 20 de novembro. Entre os pontos abordados na conversa, o treinador, ao lado dos auxiliares Cesar Sampaio e Matheus Bachi e do gerente de futebol Cléber Xavier, detalhou como está a preparação a pouco mais de um mês do Mundial, expôs algumas das dúvidas que ainda restam para a convocação e os critérios que serão utilizados para escolher os 26 jogadores que representarão a Amarelinha a partir do dia 24 do próximo mês, contra a Sérvia.
“Momento, histórico e projeção”, disseram Tite e Cesar Sampaio sobre os três “pilares” que serão utilizados na convocação e falar sobre Daniel Alves. O experiente lateral passará por um período de inatividade após o Tigres (México) ter sido eliminado da liga local, mas permanecerá treinando no Barcelona. Ao serem questionados sobre se essa ausência de competições pode comprometer a presença do jogador no Catar, tanto Tite como Cesar Sampaio disseram que isso pode ser também positivo, ao proporcionar que o atleta de 38 anos chegue mais fresco à competição. “É um dos nossos líderes, um jogador importante e vamos acompanhar para tomarmos a melhor decisão”, explicou o auxiliar.
Daniel Alves não parece ser a única questão na lista que sairá no começo de novembro. Segundo Cléber Xavier, há dúvidas em “todas as posições” no momento, ponto reforçado por Tite em relação às grandes performances que continuam a acontecer e que ele tem acompanhado de perto, citando, por exemplo, o desempenho do goleiro Cássio na final da Copa do Brasil e o de Gabriel Martinelli, do Arsenal, no clássico contra o Liverpool, no último fim de semana.
Gabriel Martinelli, aos 21 anos, pode ser um dos muito jovens que pintarão na lista de Tite e farão sua estreia em Mundiais. Questionados sobre a parte psicológica, se seria uma preocupação levar tantos estreantes de uma vez para encarar uma Copa do Mundo, tanto Tite quanto Cesar Sampaio demonstraram tranquilidade e fé nos jovens. “Muitos deles já têm experiência internacional, terminando suas formações nos grandes centros europeus. Cabe a nós permitir que esses atletas expressem sua naturalidade e possam fazer o que os trouxe até aqui, e apresentar o seu melhor futebol”, afirmou Cesar Sampaio.
Adversários
Sobre a qualidade das seleções que serão enfrentadas no Mundial, Matheus Bachi afirmou que a globalização do futebol diminui um pouco o fator surpresa dos adversários. Ele citou a seleção de Senegal, com diversos jogadores que atuam nos principais clubes europeus, e como esse intercâmbio acaba por qualificar a equipe. “No entanto, também não podemos destacar o fator camisa, que tem um peso grande, logo, seleções como o Brasil, Inglaterra, França, Argentina, sempre entrarão forte nessas competições”, opinou.
Manifestações
O momento político vivido pelo Brasil também foi tema na coletiva. Tite destacou o papel educacional que o esporte e a Seleção Brasileira possuem, principalmente para as crianças, que têm os jogadores como ídolos. “Não somos alienados, temos responsabilidades e preferências. Particularmente, podemos e devemos nos posicionar, mas que seja feito individualmente. Acredito que a Seleção Brasileira deve servir um propósito maior”, defendeu.