Informações vazadas recentemente revelam que Imane Khelif, medalhista de ouro no boxe feminino na Olimpíada de Paris, possui cromossomos masculinos. O Comitê Olímpico Internacional (COI) rejeitou a validade dos testes que indicaram sua condição.
Khelif, de 26 anos, sempre defendeu publicamente ser mulher. No entanto, um exame realizado em 2023 por um médico credenciado da Índia identificou a presença de cromossomos XY, segundo documentos obtidos pelo portal 3 Wire Sports.
O laudo, assinado pelo laboratório Dr. Lal Path Labs, de Nova Délhi, mostra que a análise cromossômica identificou um cariótipo masculino. O resultado embasou a exclusão de Khelif do Campeonato Mundial Feminino de Boxe de 2023, na Índia.
Comitê da Olimpíada insinuou que exames foram forjados
O laboratório responsável pelo exame tem certificação do Colégio Americano de Patologistas e da Organização Internacional de Normalização.
Mesmo assim, o COI considerou o teste “não legítimo” e ad hoc, segundo o jornal Telegraph, permitindo que Khelif competisse normalmente na divisão feminina da Olimpíada de Paris.
Membros do comitê olímpico chegaram a insinuar que o teste poderia ser parte de uma estratégia de desinformação, supostamente promovida pela Rússia, país onde está sediada a World Boxing, com o objetivo de impedir a atleta de competir em alto nível.
Repercussão entre atletas
Khelif ganhou a medalha de ouro em Paris, o que reacendeu o debate no esporte e provocou queixas de outras competidoras. A italiana Angela Carini disse ter temido por sua integridade física durante uma luta olímpica contra Khelif, que durou apenas 46 segundos.
A mexicana Brianda Tamara Cruz, que enfrentou Khelif um ano antes do teste cromossômico, relatou experiência parecida. “Nunca tinha me sentido assim em 13 anos de boxe, nem em treinos com homens”, disse ela ao site 3 Wire Sports.
O teste feito em 2023 vazou em meio a nova polêmica: a World Boxing passou a exigir exames genéticos — com amostra de saliva — para atletas a partir de 18 anos que queiram competir em categorias femininas.
Khelif, por enquanto, não apresentou nenhum documento além de sua declaração de identidade e afirma que pretende disputar os próximos Jogos.