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Dono do Diário do Amazonas é indiciado por apropriação de bens da mãe

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Ao inquérito foram juntados depoimentos na polícia de familiares, funcionários e ex-funcionários

Manaus/AM -O empresário Cyro Batará Anunciação, dono do Diário do Amazonas, foi indiciado por crimes de apropriação indébita de bens e rendimentos da  mãe idosa, Waldelina Tavares Anunciação, que sofre com as sequelas de Alzheimer.

A denúncia feita na Delegacia Especializada em Crimes (DECCI) Contra o Idoso está sendo investigada pela delegada titular da especializada, Andréa Nascimento Pereira que, no último dia 9, decidiu pelo indiciamento e o inquérito já foi remetido à justiça civil. 

O irmão de Cyro, Francisco Cirilo Anunciação Neto, é o autor das denúncias que expõe a disputa familiar pela herança do empresário Cassiano Cirilo Anunciação, mais conhecido como Batará, falecido em dezembro de 2023. 

De acordo com as investigações, ficou comprovado que além dos prejuízos financeiros acarretados com a gestão das finanças por Cyro, a partir de 01/2023, houve transferência de quotas de 50% de empresa da idosa para o filho em forma de doação, fato esse confirmado por ele e pela idosa, e provado em documento.

“Após análise minuciosa aos autos, baseada no bojo probatório, nos demonstrativos financeiros, nos laudos, pareceres e atestados médicos sobre deterioração cognitiva e da memória causadas pela Doença de Alzheimer, nas oitivas das testemunhas, principalmente na oitiva do médico da vítima, por entender que a Sra. Waldelina está com sua consciência, memória, vontade comprometidas, e ainda pela existência de indícios de materialidade e autoria, concluo o presente procedimento com indiciamento”, escreveu a delegada. 

A disputa já levou até os dois a se agredirem fisicamente e a gerar situações desagradáveis como o impedimento dele e de seus filhos acessar a casa da mãe e avó, fato relatado em depoimentos.

Entre os fatos elencados por Cirilo contra Cyro está um anúncio de venda de um apartamento da família em Miami, nos Estados Unidos da América (EUA), sem o consentimento da mãe, que teria pedido a ele no início deste ano a impedir que a venda acontecesse. Há depoimentos de familiares, funcionários e ex-funcionários das empresas. 

De acordo com Cirilo, no início do ano, a mãe já havia relatado a ele ser contrária a algumas atitudes de Cyro, como a apreensão de cartões de crédito dela, que passaram a ser usados pelo filho e do controle dos rendimentos da genitora, com o recebimento de valores de aluguéis de imóveis e outros.

Cirilo já havia contestado judicialmente a nomeação de Cyro como inventariante, após a declaração de vulnerabilidade de Waldelina Tavares Anunciação, que tinha laudo médico comprovando adoecimento por doença degenerativa, o Alzheimer. 

Sob a justificativa de que Waldelina está incapacitada para essa tarefa, pediu a indicação de um nome mais adequado, mas ainda assim, Cyro continuou como inventariante e fazendo, segundo o denunciante, movimentações bancárias de altos valores na conta de Waldelina para a conta dele, Cyro, que detém os tokens e senhas pessoais da conta da mãe.

Cirilo também denunciou a venda de imóveis da família, como um no Boulevard Álvaro Maria, além de transferência de cotas da empresa Administradores de Imóveis Batará Ltda e dois terrenos na Djalma Batista para Cyro, que seria ainda o responsável pela decretação de uma liminar determinando o afastamento de Cirilo da própria mãe. 

Ao inquérito foram juntados depoimentos na polícia de familiares, funcionários e ex-funcionários que relataram ter assistido a situações de constrangimento dos pais de Cyro ao serem tratados por com “exaltação”.

Em fevereiro passado, a delegada pediu um novo laudo para atestar a condição de saúde de Waldelina Tavares Anunciação.

Defesa

Ao depor no inquérito em fevereiro deste ano, Cyro alegou o afastamento de Cirilo da família “por condutas questionáveis”, disse cuidar dos pais diretamente há cerca de 15 a 18 anos e ao voltar ao convívio da família, após o falecimento do pai, Cirilo praticou alienação da mãe, controlando ligações telefônicas e contato com ela, contrariando sua vontade.

Cyro também negou que mãe esteja inválida para tomar decisões, pois tem diagnóstico de Alzheimer leve dado no início deste ano e tentou justificar a doação de imóveis que teriam sido feitas pelos pais em favor dele.

No inquérito, de mais de 1.200 páginas, são demonstradas as movimentações bancárias feitas por Cyro nas contas da mãe, assim como das empresas da família, além de planilhas e extratos que serviram para fundamentar a decisão da delegada titular da.DECCI.

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