O procurador-geral Tarek William Saab, da Venezuela, confirmou nesta quarta-feira, 13, a prisão de dois homens que supostamente planejavam um assassinato contra o ditador Nicolás Maduro.
De acordo com Saab, os opositores publicaram “ameaças gravíssimas incitando ao assassinato” de Maduro. As prisões ocorreram em Maturín, capital do Estado de Monagas, no nordeste do país.
“As investigações preliminares que conduzimos revelam que, por trás dessas ameaças públicas e notórias, porque foram feitas por telefone e em redes sociais, existem evidências de uma nova conspiração”, disse o procurador.
Quem são os homens detidos pelo governo chavista?
De acordo com nota oficial do Ministério Público da Venezuela, os presos são Renzo Estibenz Flores, ex-sargento da Guarda Nacional; e Whillfer José Piña Azuaje, líder do partido opositor La Causa Radical — criado em 1971 por divergentes do comunismo venezuelano. O partido, inclusive, classificou a prisão do político como “sequestro”.
Azuaje e Flores serão julgados perante um tribunal de terrorismo por crime de “conspiração, associação e tentativa de magnicídio” — assassinato de pessoa ilustre.
Ainda de acordo com o procurador-geral, mensagens foram encontradas entre as duas figuras. “Em Maturín será a morte de Maduro”, diz o status do WhatsApp de um deles.
Flores informou em um interrogatório que sua relação com Piña Azuaje já existia havia oito meses. Ele ainda afirmou que o plano magno era “recrutar 50 militares, retirar um tanque e o respectivo conjunto de armas de um complexo militar com o intuito de dar um golpe de Estado”.
Governo da Venezuela prendeu mais de 40 opositores entre 2023 e 2024
A ditadura de Nicolás Maduro deteve cerca de 40 pessoas entre 2023 e 2024. Entre essas pessoas, cinco foram detidas com o preceito de planos conspiratórios contra Maduro.
A ativista de direitos humanos Rocío San Miguel é uma das pessoas detidas pelo governo chavista. Quatro diretores de campanha de María Corina Machado, principal opositora de Maduro, também foram encarcerados.
Corina, a principal opositora de Maduro, também foi alvo de perseguição política no fim de 2023. A política se tornou inelegível pelo governo venezuelano. Os motivos não foram esclarecidos pela acusação.