O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, se posicionou contra o Projeto de Lei da Anistia para os envolvidos nos Atos de 8 de Janeiro. De acordo com ele, é inaceitável deixar impunes “crimes de tamanha gravidade”. Andrei também fez críticas sobre a atuação da organização no passado.
“Nós não estamos falando aqui da maquiagem de uma estátua. Nós estamos falando de planos de assassinato, ruptura da nossa democracia, vandalismo, depredação de patrimônio público e histórico. Estamos falando de ataques às instituições do Estado do Brasil que trariam consequências inimagináveis”, disse.
As declarações foram feitas durante participação de Rodrigues na 11ª edição da Brazil Conference, nos Estados Unidos. Ao lado do procurador-geral da República, Paulo Gonet, Andrei destacou a seriedade dos ataques. Ele ainda citou um plano articulado para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, que na época era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Rodrigues reforçou ainda que os responsáveis devem ser punidos com base na gravidade de suas ações. Ele reconheceu o papel do Congresso como espaço legítimo de debate, mas deixou clara sua posição sobre o caso.
“Tenho profundo respeito pelo Congresso, mas considero inaceitável não punir pessoas que cometeram crimes dessa envergadura”, declarou, elogiando a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O diretor da PF também respondeu a questionamentos sobre sua relação com o presidente Lula, negando qualquer proximidade pessoal. Ele afirmou que sua nomeação foi baseada em confiança institucional e reiterou que sua atuação à frente da corporação é técnica e autônoma.
Rodrigues ainda destacou que, sob sua gestão, a Polícia Federal atua com discrição e respeito aos direitos individuais, em contraste com os métodos que, de acordo com o atual diretor da PF, teriam sido adotados na época da operação Lava Jato.
“Não fazemos prisões espetaculosas nem expomos investigados à mídia. Não tem entrevista coletiva, nem ‘powerpoint’. Alguém sabe hoje o nome de um delegado da PF? Não tem mais ‘japonês da Federal’ nem ‘hipster da Federal’. Recuperamos a institucionalidade e a estabilidade da instituição”, concluiu.