Brasil – O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) anunciou nesta quarta-feira (05) que acionou a Polícia Federal (PF) para investigar um novo caso de uso indevido de sua imagem em um golpe virtual. Desta vez, criminosos utilizaram inteligência artificial (IA) para criar um vídeo falso, conhecido como deepfake, no qual o parlamentar aparece promovendo um suposto benefício do governo federal relacionado ao CPF. A fraude, que circula nas redes sociais, promete valores entre R$ 1 mil e R$ 6 mil como uma “indenização” por um alegado vazamento de dados pessoais de brasileiros.
No vídeo manipulado, a imagem de Nikolas Ferreira é utilizada para afirmar que cidadãos com CPFs terminados em números específicos — como 2, 5, 6, 1, 7, 9, 3, 0, 8 ou 4 — teriam direito a resgatar o dinheiro. A narrativa sugere que a compensação seria uma iniciativa do governo federal, mas a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República já desmentiu a existência de qualquer programa nesse sentido, alertando que se trata de um golpe para capturar dados pessoais dos usuários.
“Infelizmente, criminosos se aproveitam da credibilidade da minha imagem para aumentar o sucesso de seus golpes, o que tem gerado um grande número de vítimas”, declarou o deputado em suas redes sociais. Ele reforçou que não está vinculado a nenhum programa governamental e que seu conteúdo oficial limita-se à divulgação de seus livros e cursos. “Qualquer coisa fora disso é golpe”, alertou.
Não é a primeira vez que Nikolas Ferreira tem sua imagem explorada por golpistas. Segundo o parlamentar, a recorrência desses episódios está diretamente ligada à sua visibilidade e influência, especialmente nas redes sociais, onde acumula milhões de seguidores. “Já acionamos a PF diversas vezes por casos semelhantes”, informou à imprensa, destacando que sua assessoria jurídica está acompanhando o caso de perto.
O deepfake mais recente foi identificado em uma conta falsa no Instagram, intitulada “governo8494”, que se passava por um perfil oficial do governo. O vídeo inclui um link malicioso que redireciona as vítimas a uma página onde são solicitados dados pessoais, como o número do CPF, sob o pretexto de verificar o valor disponível para “resgate”. Especialistas em segurança digital alertam que esse tipo de golpe pode ser usado para roubo de identidade ou fraudes financeiras.
A Secretaria de Comunicação do governo federal emitiu um comunicado negando a existência do suposto benefício e reiterando que o vídeo é uma manipulação criminosa. “Orientamos a população a não fornecer dados pessoais em links suspeitos e a verificar informações apenas em canais oficiais”, diz a nota.
Após tomar conhecimento da fraude, Nikolas Ferreira usou suas redes sociais para alertar seus seguidores. Em um vídeo publicado no Instagram, ele classificou o material como “fake” e pediu que as pessoas denunciem perfis suspeitos. “É golpe, não caiam nisso”, enfatizou.
O caso reacende o debate sobre o uso de inteligência artificial para fins ilícitos. Os deepfakes, que combinam imagens e áudios falsificados de maneira extremamente realista, têm se tornado uma ferramenta cada vez mais comum em golpes online. A sofisticação dessa tecnologia dificulta a identificação de fraudes por usuários leigos, o que amplia o alcance e o impacto dessas ações criminosas.
Para Nikolas Ferreira, o episódio é mais um exemplo dos desafios impostos pela era digital. “Estamos lidando com uma nova forma de crime que exige respostas rápidas e efetivas das autoridades”, afirmou. A Polícia Federal, por sua vez, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o início das investigações, mas a expectativa é que o caso seja tratado com prioridade devido à gravidade e à repercussão.
Enquanto as autoridades trabalham para identificar os responsáveis, a recomendação aos cidadãos permanece clara: desconfiar de promessas de ganhos fáceis e proteger informações pessoais. O caso de Nikolas Ferreira serve como um alerta sobre os riscos que a tecnologia, quando mal utilizada, pode trazer à sociedade.