Quatro meses se passaram após o término das eleições municipais, mas ao que parece, os políticos ainda acreditam que estão no palanque, numa espécie de terceiro turno.
Isso porque, desde o início desta semana, o prefeito reeleito de Manaus, David Almeida (Avante), e o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL) se digladiando nas redes e também em entrevistas à imprensa.
É verdade que quem começou a “treta” foi Almeida, que, na última segunda-feira (10), quando esteve na Câmara Municipal de Manaus (CMM) para fazer sua leitura da mensagem anual, começou a cutucar os políticos do estado que, segundo ele, não ajudam financeiramente a capital, entre os quais está o parlamentar bolsonarista, destacou o jornalista Thiago Botelho, da coluna Sem Mimimi, nesta quinta-feira (13).
“Um dia depois, na terça-feira (11) pela manhã, o mandatário do município foi além e chamou – sem citar diretamente o nome – Capitão Alberto Neto e Amom Mandel (Cidadania) de inúteis por não terem enviado emendas parlamentares para Manaus”, lembrou.
“Horas depois, Alberto Neto postou um vídeo nas redes sociais retrucando e chamando David de ‘prefeito incompetente’, além de questionar, entre outras coisas, o não asfaltamento das 10 mil ruas prometidas pelo prefeito por meio do programa Asfalta Manaus”, completou o jornalista.
Nesta quarta-feira (12), mais uma vez, David voltou ao assunto e disse que Alberto Neto e Amom são obrigados a ajudar Manaus e que continuará cobrando, mesmo que os parlamentares fiquem chateados.
Botelho comentou que essa pressão toda do prefeito por emendas parlamentares repercutiu na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). O deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza) criticou a maneira como David tem tentado conseguir mais recursos e afirmou que não mandará um único real à Prefeitura.
De acordo com Barreto, a gestão de David não tem apreço pela transparência e, portanto, não merece sua ajuda.
Essa postura autoritária e beligerante, sobretudo do prefeito, prova que a eleição de 2026 já começou, e é exatamente por isso que ninguém está disposto a descer do palanque.