Autor da Lei de Autonomia do Banco Central (BC), o senador Plínio Valério (PSDB-AM) defendeu o presidente do BC, Roberto Campos Neto, dos ataques do presidente Lula e da base aliada. “Essas críticas fazem parte da tentativa orquestrada para exonerar o presidente do BC”, disse o senador.
Os ataques, que começaram ainda em janeiro, se intensificam a cada mês. A pressão é pela redução da taxa de juros, hoje em 13,75%. Na última semana, o Conselho de Política Monetária (Copom) manteve a Selic. Depois disso, Lula, da Europa, afirmou que Campos Neto “joga contra a economia brasileira” e que não baixar a taxa de juros é irracional.
O petista também disse que já cobrou providências de senadores sobre o presidente do Banco Central “porque foram eles que colocaram esse cidadão lá”. Lula se referia à possibilidade de demissão de Campos Neto, já que o mandato do presidente do Banco Central vai até 2024 e só pode ser demitido com aprovação do Senado.
Isso apenas se houver “comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos do Banco Central do Brasil”, conforme prevê a Lei Complementar 179/2021, que trata da autonomia do BC.
Senadores fizeram ataque pessoal a Campos Neto
Depois das declarações de Lula, os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL) fizeram ataques pessoais a Campos Neto. Outros senadores aliados de Lula já falam em pedir exoneração do presidente do BC.
Para Valério, esses ataques orquestrados entre a base significam “que Lula vai levar adiante sua psicose de exonerar Campos, agindo dentro do Senado”. “Renan e Randolfe são dois senadores experientes e sabem que não há clima dentro do Senado para esse retrocesso, mesmo assim, publicam seus ataques, o que me leva a concluir que o plano de exonerar o presidente do BC é amplo e está sendo executado”, afirmou Valério.
Apesar disso, para o senador amazonense, essa tentativa do governo não deve prosperar. “Não vão conseguir. Podem até tentar de fora para dentro, mas no Senado não encontrarão respaldo. Estão equivocados porque lutam por uma causa perdida que causaria um retrocesso sem tamanho e um terremoto com efeitos destruidores de nossa economia, o que seria imperdoável e destruidor. Vamos combater.”
Valério disse, ainda, que a eventual concretização dessa manobra “poderia resultar em um terremoto com efeitos destruidores para a economia brasileira”.