A cúpula dos Correios emitiu um comunicado no qual proibiu seus funcionários de utilizar o WhatsApp para assuntos de trabalho e determinou que todos passem a se comunicar por meio de uma outra plataforma. No documento, a direção da empresa informa que a ferramenta oficial de comunicação interna será o Microsoft Teams.
A medida gerou protestos na estatal. Sob anonimato, alguns servidores confidenciaram que a direção ameaçou até confiscar celulares, caso a nova regra não seja cumprida durante o expediente.
As determinações constam em um ofício enviado aos chefes de departamento e gerentes dos Correios. No documento, a direção lista cinco motivos para evitar o uso do WhatsApp. Aponta, por exemplo, que os funcionários não serão capazes de utilizar a plataforma pelos computadores da empresa, que não permitem acesso ao chat. Por isso, os servidores só conseguem usar o WhatsApp por meio do celular pessoal, o que, para os Correios, é “uma ferramenta de trabalho incompatível”.
“A criação e manutenção de grupos de mensagens no WhatsApp por gestores, para fins de trabalho, pode envolver a troca de informações classificadas como restritas na empresa em um canal não homologado. Os dados restritos ali inseridos não estão em posse da empresa”, diz um trecho do ofício, assinado pelo chefe da área de Segurança da Informação.
Outro argumento utilizado pelos Correios trata da ausência de controle sobre o que é compartilhado pelo WhatsApp. A estatal sustenta que a ferramenta não é gerida, nem controlada pela equipe da empresa, o que impossibilita “o monitoramento ou rastreamento de possíveis vazamentos de informações sensíveis ou de possíveis transgressões administrativas”.
A empresa também explicou os motivos pelos quais decidiu adotar o Microsoft Teams como ferramenta oficial para comunicação interna. Os Correios afirmam que ela tem configurações que permitem que o funcionário não seja acionado fora do horário de trabalho, ou quando esteja afastado, ou em férias.
Ressalta ainda que a ferramenta oferece mais funcionalidades que o WhatsApp, melhorando o gerenciamento de tarefas, além de oferecer recursos mais avançados de segurança, protegendo os dados e as informações que circulam entre os funcionários da estatal.
