A Conselheira Yara Lins, presidente eleita do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), denunciou na manhã desta sexta-feira (6) uma agressão verbal que afirma ter sofrido do Conselheiro Ari Moutinho Junior dentro do plenário do tribunal. A advogada Catarina Estrela, que faz a defesa da magistrada, disse que existe um vídeo que mostra por meio de leitura labial o xingamento proferido contra a conselheira. Ela também falou sobre a possível motivação das agressões.
“Ainda mulheres em espaço de poder são agredidas tão somente por ser mulher. Porque as agressões foram dirigidas a doutora Yara com esta finalidade, até um beijo de forma irônica ele manda a ela. Há um vídeo em que é possível ver a leitura labial que ele fala: ‘vadia’”, disse.
“A doutora Yara precisou tomar medidas judiciais para que a votação ocorresse no tribunal. De modo que havia um grupo que tinha interesse no adiamento daquela sessão. Portanto, as agressões podem ter por motivação a tentativa de desestabilizá-la para suspender a sessão”, completou.
A advogada ressaltou que a atitude do conselheiro foi um crime e ele pode sofrer consequências administrativas, criminal e civil. Ela afirma que foi feita uma representação criminal e a investigação foi iniciada e no final será gerado um relatório. Estão sendo imputados a Ari Moutinho Junior os crimes de injuria e ameaça.
Denúncia
Yara Lins foi eleita presidente do TCE-AM, na última terça-feira (03/10), para o biênio 2024/2025. Ela detalhou em coletiva de imprensa a agressão verbal que sofreu por parte de Ari Moutinho Junior.
“Eu quando estava no plenário com os conselheiros Fabian, Ari e vários assessores, fui cumprimentar o conselheiro Ari e disse: ‘bom dia’. Ele disse: ‘bom dia, nada safada, puta, vadia’, além disse me ameaçou dizendo: ‘eu vou te f*der por a Lindora lá da procuradoria do Ministério Público, você vai ver junto ao STJ [Supremo Tribunal de Justiça]’”, afirmou.
“Eu sou a única conselheira lá do tribunal e represento as servidoras da minha instituição. Eu relutei muito em vir aqui fazer essa denuncia mas eu não poderia me acovardar como muitas fazem, por ameaças, e eu não aceito ameaças. Eu quero que a justiça puna o agressor. Fui agredida dentro da minha função, no plenário do Tribunal de Contas. O vídeo mostra, depois que fui agredida fiquei paralisada, passei a mão no rosto dele e disse: ‘você é um infeliz, por isso que sofre tanto’. Ele sarcasticamente tentou pegar no meu rosto e jogou beijo para mim”, detalhou.