O governador Wilson Lima tomou medidas para reduzir gastos, mas o dinheiro continuou escorrendo pelo ralo, pelo buraco do chamado “reconhecimento indenizatório”
A preocupação com a queda de arrecadação no final do ano passado levou o governo do Amazonas a promover uma redução drástica dos gastos. Diante do iminente encolhimento da receita em cerca de R$ 1 bilhão, o governador Wilson lima pisou no freio e determinou uma redução de 25% nas despesas do governo, afetando todos os serviços.
Depois veio a cheia dos rios, seguida da estiagem, que isolou municípios e o governo fez cortes, inclusive, em cultura. O festival de ópera deste ano foi cancelado. Mas o dinheiro continuou escorrendo pelo ralo, facilitado pelo suspeito “reconhecimento indenizatório”, como foi o caso do pagamento de R$ 460.994,00 a empresa AMS Comércio de Produtos Alimentícios pela Maternidade Balbina Mestrinho. A empresa teria fornecido refeições num período de 30 dias, sem cobertura contratual.
Outra maternidade, a Nazira Daou, pagou R$ 347.856,00 a T R do Nascimento, também por fornecimento de refeições em um mês.
A questão pode ser justificada, mas a falta de contrato, não. Nem a forma como as notas fiscais foram emitidas ou o processo indenizatório foi realizado. É uma questão que cabe ao governador, que tem demonstrado boa vontade e interesse em reorganizar as finanças do estado, mandar investigar. E o momento é propício, porque esses pagamentos fora da curva ocorrem numa área crítica: a saúde.
Para um governo que quer reduzir gastos não cabe um órgão com a Agência Amazonense de Desenvolvimento Econômico firmar contrato de aluguel de carros que soma R$ 48,2 milhões por ano. Se não é um excesso em um momento de crise, é deslize lamentável e um claro boicote ao pacote de redução de gastos baixado pelo governador.
*Com informações portaldoholanda