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De garoto prodígio a Rei do Futebol: dez momentos marcantes da carreira de Pelé

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Do início promissor com a camisa do Santos ao tricampeonato mundial pela Seleção, uma viagem na impressionante trajetória do maior jogador de todos os tempos

A monarquia de Pelé teve início ainda durante a adolescência, quando, aos 15 anos, já impressionava pela capacidade com a bola nos pés – e assim recebeu uma oportunidade de ir treinar no Santos.

Com 1.282 gols, três Copas do Mundo conquistadas, além de duas Libertadores e dois Mundiais pelo Santos, Pelé alcançou números praticamente inatingíveis. E teve uma carreira recheada por feitos impressionantes. Confira dez deles:

1 – Garoto prodígio

Pelé conta sua história até a Copa de 1958

Com um mês de experiência em treinos pelo Santos, Pelé teve a primeira chance de atuar em uma partida, e logo pela equipe profissional, apesar de ter somente 15 anos. Na estreia, entrou no segundo tempo de um amistoso contra o Corinthians de Santo André e anotou o sexto gol de uma acachapante vitória santista por 7 a 1.

A boa impressão inicial já servia de parâmetro para o que estava por vir. No ano seguinte, foi destaque em um torneio na Europa. A primeira oportunidade pela seleção brasileira logo chegou, ainda aos 16 anos. Era só o começo de uma química de sucesso entre ele e a Amarelinha.

2 – O mundo aos pés

Reinado de Pelé começa na Copa de 1958

O Brasil ainda não tinha tanta tradição no futebol antes de existir Pelé. Em sua primeira Copa do Mundo, aos 17 anos, o craque foi capaz de fazer a diferença e ser o pilar da inédita conquista. A campanha da Seleção teve cinco vitórias e um empate.

O craque não balançou a rede na primeira fase. Deixou o estoque reservado para os jogos de mata-mata. Foi dele o gol que definiu o triunfo por 1 a 0 sobre País de Gales nas quartas de final. Na semifinal, diante da poderosa seleção francesa, marcou três vezes e foi o nome da goleada por 5 a 2. Na finalíssima, contra a Suécia, a majestade já estava comprovada. Foram dois gols, sendo um deles antológico – dando chapéu no zagueiro dentro da área. A nova goleada por 5 a 2 deu ao Brasil seu primeiro título mundial.

3 – A magia da camisa 10

A inscrição dos jogadores da Seleção era feita com base no registro de cada atleta na federação. Por acaso, a camisa 10 caiu nas mãos de Pelé. E a fama do número, ligada diretamente a Pelé, vai até os dias de hoje, carregando os exemplos de nomes como Maradona, Zico, Roberto Baggio, Matthaus e Messi.

Pelé eternizou a camisa 10 — Foto: Agência Estado

Pelé eternizou a camisa 10 — Foto: Agência Estado

4 – Caso de amor com o Maracanã

O Santos de Pelé tinha uma representatividade tão grande no Brasil que não restringia o seu público somente aos santistas. Tanto que passou a mandar muitos de seus jogos principais no Maracanã, o maior estádio do mundo nos anos 60. Foi lá que o Alvinegro praiano recebeu Benfica e Milan, em 1962 e 1963, respectivamente, para a disputa do Mundial Interclubes, sempre diante de mais de 120 mil pessoas.

O público carioca abraçou o Santos e o impulsionou para o bicampeonato mundial. Pelé fez dois gols contra os portugueses, na vitória do Peixe por 3 a 2, e encaminhou a conquista, sacramentada em Lisboa, com mais três gols do craque (5 a 2). No ano seguinte, o camisa 10 participou apenas do primeiro confronto, em Milão. Fez os dois gols do Santos na derrota por 4 a 2. Contundido, Pelé não atuou na segunda e terceira partidas, realizadas no Rio. Mesmo assim, o Santos venceu os dois compromissos e garantiu o bi.

Pelé na sua despedida, no Maracanã — Foto: Arquivo / O Globo

Pelé na sua despedida, no Maracanã — Foto: Arquivo / O Globo

5 – “Rivalidade interrompida”

O que falar de um clássico em que só um dos clubes envolvidos vence? Foi mais ou menos o que aconteceu no confronto entre Santos e Corinthians durante a Era Pelé. O Peixe ficou quase dez anos sem ser superado pelo seu maior rival. Em grande parte, liderado pela genialidade de seu camisa 10. Pelé marcou 51 gols – 50 em jogos oficiais – diante do Corinthians, a sua maior vítima em toda a carreira.

6 – Campeão coadjuvante

Apesar de marcar na estreia da Copa do Mundo de 1962, na vitória por 2 a 0 sobre o México, uma inesperada lesão muscular logo na segunda partida, contra a Tchecoslováquia, deixou Pelé fora de combate até o fim da competição. Sem a sua referência, a seleção brasileira ganhou outros protagonistas. Coube a Amarildo a missão de entrar na vaga de Pelé. Suplência realizada completamente à altura. No jogo seguinte, o substituto do craque simplesmente decidiu a parada diante da Espanha, anotando os dois gols da virada por 2 a 1.

Nas quartas e na semifinal, a genialidade de Garrincha foi preponderante para que o Brasil deixasse a Inglaterra e o anfitrião Chile para trás. Na decisão contra a mesma Tchecoslováquia, adversária na primeira fase, Amarildo voltou a ser peça-chave para o triunfo brasileiro. Foi dele o gol que iniciou a reação verde-amarela na partida, que acabou 3 a 1 para o time canarinho. O resultado garantiu o bicampeonato mundial ao Brasil, desta vez tendo Pelé como coadjuvante.

Garrincha, Didi, Pelé, Vavá e Zagallo em 1962 — Foto: Divulgação

Garrincha, Didi, Pelé, Vavá e Zagallo em 1962 — Foto: Divulgação

7 – Único fracasso em Copas

Em 1966, os brasileiros não foram capazes de superar a força do futebol europeu. E foi novamente contra a Hungria que o Brasil voltou a cair, desta vez por 3 a 1. Foi a primeira derrota de Pelé em um Mundial. Mas foi o jogo seguinte, contra Portugal, que entrou para a história do futebol. Mesmo já vencendo por 2 a 0, os portugueses fizeram uma caça ao Rei. Os pontapés de Morais rodaram o mundo, assim como a imagem de Pelé deixando o campo carregado.

A Seleção voltou ao país reclamando veementemente do comportamento da arbitragem europeia, que teria se omitido ao não coibir a violência contra a seleção canarinho para beneficiar as seleções locais.

8 – O milésimo gol

“Não quero festas para mim. Acreditem que eu acho muito mais importante ajudar as crianças pobres. Vamos pensar no Natal dessa gente toda”, afirmou o Rei assim que a bola tocou a rede do Vasco, para desespero do goleiro argentino Andrada.

Finalmente, Pelé comemorava seu milésimo gol. Depois de deixar sua marca contra o Botafogo da Paraíba, Pelé não marcou na Fonte Nova, contra o Bahia. Contou-se para sempre que o zagueiro Nildo foi vaiado pela própria torcida por ter evitado sobre a linha o que teria sido o gol histórico do Rei.

Mas, no Maracanã, o momento era dele, e os companheiros do Santos sabiam disso. Sem saber ao certo o que ocorreria depois que marcasse o gol, o time todo se postou no meio-campo enquanto, solitário, Pelé fazia a cobrança. “Minhas pernas tremeram”, confessou ele ao notar que era o único santista no ataque e que a torcida gritava “Pe-lé! Pe-lé!”. O beijo na bola após o gol sinalizou sua gratidão a tudo o que havia conquistado com ela. Era 19 de novembro de 1969, e a Copa de 1970 ainda estava por vir.

9 – A equipe encantadora e os “gols que não entraram”

Considerado o maior time de todos os tempos, a seleção brasileira de 1970 conquistou o tricampeonato mundial em solo mexicano. Com 100% de aproveitamento, a equipe treinada por Zagallo teve Pelé como ator principal, muito bem coadjuvado por craques como Tostão, Rivelino, Gérson e o capitão Carlos Alberto Torres.

Pelé marcou três gols na primeira fase e voltou a balançar a rede justamente na decisão contra a Itália, numa linda cabeçada que abriu o placar da goleada por 4 a 1. Foi a melhor das exibições daquele time.

Mas a campanha não se resumiu ao título. Ficaram marcados também alguns lances geniais protagonizados por Pelé, que ficaram ainda mais famosos por a bola não ter entrado. Na estreia contra a Tchecoslováquia, o Rei tentou um gol de antes do meio de campo e não conseguiu por um pecado do destino.

O destino voltou a pecar diante do Uruguai. E duplamente. No primeiro lance, o goleiro Mazurkiewicz bateu mal o tiro de meta e a bola foi ao encontro de Pelé. Sem pensar duas vezes, o camisa 10 emendou de primeira. O goleiro voltou a tempo e praticou a defesa. Pouco tempo depois, Pelé recebeu de Tostão, deu um drible da vaca de corpo no goleiro e, já meio caído, finalizou para fora.

Em 1970, Rivelino marca, e Brasil vence o Uruguai pelas semifinais da Copa do Mundo

10 – Revolução no futebol dos EUA

New York Cosmos ajudou a popularizar o futebol nos EUA

Oito meses após anunciar de joelhos na Vila Belmiro sua aposentadoria, Pelé foi ajudar os Estados Unidos na luta pela conquista do direito de receber a Copa do Mundo de 1986. Embora nunca revelado oficialmente, era esse o objetivo de fundo do Cosmos, clube que contratou o Rei do Futebol como uma jogada de marketing, como revelou o capitão Carlos Alberto Torres durante a Copa de 2014, no Brasil.

“No dia em que foi anunciado que a Copa de 86 seria na Colômbia (depois transferida para o México), o Cosmos anunciou que não seria investido nem mais um centavo no projeto além do que já havia sido destinado”, contou Torres.

Em 15 de maio de 1975, Pelé entrou em campo pela primeira vez com o uniforme todo branco do Cosmos, em Dallas, para enfrentar o time local. Por três anos de contrato, recebeu 7,5 milhões de dólares, um valor altíssimo para época. Deixou sua marca logo na estreia, com um gol de cabeça que valeu o empate em 2 a 2.

O Cosmos reuniu uma constelação para atuar com o melhor do mundo: o alemão Franz Beckenbauer, Carlos Alberto Torres e o italiano Giorgio Chinaglia deram peso a uma equipe que se sagrou campeã em 1977. Pelé marcou 65 gols em 107 jogos e tornou marcante a sua passagem pela terra do Tio Sam.

Números da carreira de Pelé — Foto: Infoesporte

Números da carreira de Pelé — Foto: Infoesporte

Números de Pelé pela seleção brasileira — Foto: Infoesporte

Números de Pelé pela seleção brasileira — Foto: Infoesporte

Números de Pelé pelo Santos — Foto: Infoesporte

Números de Pelé pelo Santos — Foto: Infoesporte

Números de Pelé pelo Cosmos — Foto: Infoesporte

Números de Pelé pelo Cosmos — Foto: Infoesporte

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