Agricultores familiares indígenas de uma aldeia da Terra Indígena Juma, em Humaitá (distante 590 quilômetros de Manaus), receberam, pela primeira vez, os serviços de regularização de documentos rurais promovidos pelo Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam). Os trabalhadores tiveram acesso ao Cartão do Produtor Primário (CPP) e ao Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF).

A visita técnica do instituto, que aconteceu no dia 24 de outubro, beneficiou quatro famílias produtoras de farinha e castanha. Eles vivem de maneira reservada, desde que quase foram extintos na década de 70.

“A aldeia está localizada numa área de difícil acesso, na divisa com o município de Canutama, no KM 120 da BR-230, a Transamazônica. Para chegar ao local, é necessário percorrer duas horas na estrada, mais 1h de lancha e 1h de caminhada”,
informou o supervisor da Unidade Local (Unloc) Idam/Humaitá, Valmir Parintintin.

O supervisor informou que as quatro famílias agricultoras produzem em torno de 100 quilos de farinha por mês.

“É uma produção ainda tímida, mas que deve aumentar com os incentivos possibilitados por meio da documentação emitida pelo instituto, como crédito rural, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), entre outros”,
disse Parintintin, ao destacar que a ação foi realizada em parceria com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

Parintintin reforçou que uma nova visita técnica aos produtores rurais indígenas deve ocorrer, ainda, em dezembro deste ano, quando os documentos serão entregues aos produtores.

“Então, devidamente regularizados, esses trabalhadores poderão emitir nota fiscal, participar de políticas públicas e ter acesso ao crédito rural, medidas que ocasionarão no aumento de produção deles”,
concluiu.

Fotos: Divulgação / Idam

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