Um ex-policial militar, um investigador e um coronel da PM, foram presos suspeitos de integrarem uma milícia que roubava drogas de traficantes para recolocá-las no mercado para lucro dos próprios agentes. Outro suspeito não foi encontrado.
As investigações iniciaram após policiais serem correlacionados a uma série de mortes que ocorreram no início deste ano na capital, como explica o promotor Armando Gurgel:
“Pelo mês de janeiro e fevereiro nós tivemos alguns episódios de homicídio com as vítimas sendo expostas com cartazes dizendo que a polícia sabia, que o Ministério Público sabia que havia uma série de “arrochos” acontecendo, que significa a atuação de policiais no momento da prisão de traficantes, realizarem a extorsão de valores ou subtração de drogas ou para realizar a para fazer voltar a circular a droga, portanto uma traficância também”.
Pouco tempo depois, a denúncia de que um grupo de policiais teria invadido uma residência e roubado vários aparelhos eletrônicos, afunilou ainda mais as investigações sobre o caso. Mais tarde, as “vítimas” confessaram não só celulares, mas também meia tonelada de drogas tinha sido roubada do imóvel, na ocasião os agentes fugiram levando o material e ninguém foi preso.
As diligências prosseguiram e o rastreamento de um dos celulares roubados, levou a polícia ao endereço de um ex-PM que havia participado da invasão e do roubo.
O mesmo também fazia parte de um Tribunal do Crime e teria, inclusive, participado da morte do delegado Oscar Cardoso. No aparelho foram encontradas diversas ligações para outro membro da organização, que é coronel da PM.
A partir daí os investigadores começaram a monitorar o grupo e desvendar outros envolvidos como um policial militar que está na ativa atualmente.
A Justiça expediu quatro mandados de prisão temporária dos quais três foram cumpridos hoje. O quarto alvo está desaparecido e o MP não descarta que ele possa ter sido eliminado pela própria milícia como queima de arquivo.
Segundo o MP, o milicianos tem braços no alto escalão da polícia o que torna a organização ainda mais perigosa:
“Policiais estão procurando fazendo da sua profissão hora extra e se dedicando agora a serem traficantes ou serem faccionados disputando com traficantes”, ressalta Armando. A polícia investiga outras pessoas que possam fazer parte do grupo e a operação deve ter outros desdobramentos.