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Copa do Mundo: torcedor invade campo no Catar com bandeira LGBT

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No país anfitrião do torneio, a homossexualidade é criminalizada

Um torcedor ainda não identificado, invadiu o campo com uma bandeira LGBT nesta segunda-feira, 28, no Estádio Icônico de Lusail, durante o segundo tempo do jogo entre Portugal e Uruguai, pela Copa do Mundo do Catar 2022.

A partida foi interrompida por menos de um minuto para a retirada do manifestante pelas forças de segurança da Fifa. A invasão ocorreu enquanto as duas seleções empatavam por 0 a 0.

Além de carregar a bandeira, o torcedor estava vestindo uma camiseta azul que tinha as frases “Respeito pelas mulheres iranianas” e “Salvem a Ucrânia” estampadas, respectivamente, nas costas e na parte da frente da roupa.

Segundo as leis do país muçulmano, o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo é considerado ilegal. Desde 2010, quando a Fifa anunciou o Catar como sede da Copa de 2022, o pequeno emirado vem recebendo críticas pela forma como trata pessoas LGBT+, as mulheres e os trabalhadores migrantes, assim como por questões ambientais.

Embora os organizadores do Mundial tenham prometido receber todos os visitantes sem discriminação, os capitães de várias seleções europeias — entre elas Inglaterra, França e Alemanha — tentaram usar braçadeiras com as cores do arco-íris e a mensagem One Love, em uma campanha contra o preconceito.

No entanto, as seleções europeias anunciaram que não vão mais usar o adereço nos braços dos capitães. A decisão aconteceu após ameaças de possíveis sanções esportivas por parte da Fifa. As federações divulgaram um comunicado oficial, em que ressaltam o medo de os atletas serem penalizados por problemas disciplinares, caso viessem a usar a faixa personalizada durante os jogos da Copa do Mundo.

“A Fifa foi muito clara, vai impor sanções esportivas se nossos capitães usarem as braçadeiras em campo. Como federações nacionais, não podemos pedir a nossos jogadores que se arrisquem a receber sanções esportivas, incluindo cartões amarelos”, escreveram os times na nota.

Respeito às leis

O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, James Cleverly, pediu na quarta-feira 26 aos torcedores LGBT+ que vão à Copa do Mundo no Catar que respeitem as leis do país muçulmano, onde a homossexualidade é ilegal. Ativistas e oposição criticaram a posição do ministro.

“Uma das coisas que quero dizer aos fãs de futebol é que, por favor, sejam respeitosos com o país anfitrião”, disse Cleverly, à rádio LBC, Leading Britain’s Conversation. “Creio que, com um pouco de flexibilidade e compromisso das partes, é possível ter uma Copa apaixonante.” Ele afirmou que espera que as pessoas possam “ser elas mesmas e aproveitar o futebol”.

O grupo Three Lions Pride qualificou as declarações de Cleverly de “intervenção extremamente inútil”, lamentando que o político “insinue que uma medida de segurança aceitável seja ser menos ‘queer’“.

A deputada trabalhista Lucy Powell disse estar “sem palavras” sobre o pedido de Cleverly.