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Contrato superfaturado da Funasa em Manaus tem loja de vinhos envolvida novamente

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Funasa

Manaus/AM – O superintendente da Controladoria Geral da União (CGU), Ulysses Mendonça, deu detalhes de como funcionava o esquema criminoso que fraudou o processo licitatório da Funasa, alvo da Operação Enxurrada, da Polícia Federal, deflagrada hoje em Manaus. E para a surpresa de muitos, mais uma vez tem até a participação de uma loja de vinhos no escândalo.

Ulysses conta que o contrato previa o fornecimento de água mineral para municípios amazonenses afetados pela cheia em 2017 e que teve o valor total pago de R$ 4.999.991,55.

Ele afirma que várias irregularidades foram encontradas no processo, incluindo o valor superfaturado em quase R$ 2 milhões e a participação de empresas que pertenciam a uma mesma família.

“A Funasa aderiu um sistema de preços realizados pelo Ministério de Integração, a licitante vencedora era daqui de Manaus e o custo unitário primário da água era de R$ 9,69 o galão. Acontece que para você pegar essa carona, você precisa demonstrar a vantajosidade do ato, da medida, e nesse sentido a Funasa fraudou o processo de carona e os orçamentos que apresentou”.

Eduardo destaca que estes orçamentos deveriam ter sido feitos em empresas de Manaus, mas a Funasa usou orçamentos produzidos junto às empresas do Amapá, Goiás e do Distrito Federal. Todas estavam com preços superfaturados de em média, R$14 ou R$ 15 cada galão, enquanto que aqui em Manaus, esses galões custavam aproximadamente R$ 5, R$ 6 e aí foi detectado esse superfaturamento de 60% sobre o preço de R$9,69”.

O superintendente ressalta que apesar do prejuízo inicial ter sido calculado em R$ 2 milhões, ele pode ser bem maior porque há a suspeita de que as águas não foram entregues.

“Pode gerar um prejuízo de R$ 5 milhões, porque também há indícios de que esses quase 16 mil galões de água não foram entregues por essa empresa daqui de Manaus”.

Sobre as empresas que participaram da fraude, Ulysses chama a atenção para o fato de que algumas tinham o mesmo endereço, eram de propriedade da mesma família e há até empresa de vinhos envolvidas novamente.

“Essas empresas que forneceram os orçamentos, todas possuem vínculo familiar entre si, algumas possuem o mesmo endereço e tem até loja de vinho no processo”, afirma.

Esta é a segunda vez que lojas de vinho se envolvem em escândalos envolvendo contratos superfaturados. Em 2020, no auge da pandemia onde faltavam respiradores nos hospitais do Amazonas, uma empresa do mesmo segmento surgiu como ganhadora da licitação da venda dos aparelhos ao Governo do Amazonas.

Na ocasião, a PF também investigou e chegou a prender algumas pessoas envolvidas no esquema de superfaturamento nos preços dos equipamentos, inclusive autoridades.

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