Amazonas – Na noite desta quinta-feira (19), representantes do Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM) se reuniram para esclarecer a real situação do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus. O pronunciamento feito pelos conselheiros foi um contraponto às declarações do fiscal do CRM-AM, o médico-cirurgião Fábio Bindá, que, horas antes, havia afirmado que a unidade estava funcionando normalmente, mas segundo os conselheiros, a situação seria muito mais complexa e precisa de atenção urgente.
Versão do fiscal
Na tarde de quinta-feira (19), o médico-cirurgião Fábio Bindá, realizou uma fiscalização no Hospital 28 de Agosto e relatou que a unidade estava operando normalmente. De acordo com o fiscal, todos os setores estavam com médicos presentes e o atendimento estava sendo realizado conforme o esperado. Ele também solicitou que a gestão do hospital fornecesse um relatório detalhado das escalas de profissionais nas especialidades de cirurgia, ortopedia, clínica médica e UTI.
O fiscal afirmou que não havia indícios de falta de médicos ou problemas graves no funcionamento da unidade de saúde.
O pronunciamento dos conselheiros
Durante a reunião, o presidente do CRM-AM, Dr. Amarildo Brito, e os conselheiros Ademar Carlos Augusto e Nivaldo, explicaram que a situação do hospital é mais grave do que foi relatado na fiscalização da tarde. Eles apontaram que a gestão do hospital não tem cumprido as expectativas, especialmente no que diz respeito ao atendimento de urgência e emergência, e que a população continua a sofrer com a falta de infraestrutura. “É importante deixar claro que os médicos e os profissionais de saúde não são os responsáveis pela falta de leitos ou pela falta de medicamentos. O sistema de saúde está sobrecarregado, e a situação no Hospital 28 de Agosto é resultado de uma série de fatores administrativos e estruturais que precisam ser revistos”, explicou Dr. Nivaldo.
“Não podemos ignorar o que está acontecendo dentro dessa unidade. A mudança de gestão para a OS Agir trouxe uma série de problemas. Médicos experientes, com anos de dedicação, foram dispensados sem qualquer explicação, e as especialidades médicas estão em crise. A falta de material, a escassez de leitos e o caos na gestão são evidentes”, declarou Dr. Ademar Carlos Augusto, conselheiro efetivo do CRM.
Além disso, os conselheiros reforçaram que a mudança de gestão do hospital, com a contratação de uma organização social de fora do estado, tem gerado uma série de complicações, especialmente para os médicos locais que, segundo eles, não estão recebendo seus salários há meses. A falta de pagamento aos profissionais é uma das principais causas da insatisfação no hospital.
“A situação no Hospital 28 de Agosto é reflexo de falhas administrativas e estruturais”, afirmou Dr. Nivaldo.
Dr. Ademar Carlos Augusto, um dos conselheiros presentes, foi enfático ao afirmar que a crise no Hospital 28 de Agosto e em outras unidades de saúde do estado é um reflexo direto da “falta de comprometimento do governo estadual com a saúde pública”. Ele também destacou que, apesar das graves dificuldades enfrentadas pelos médicos e pacientes, não há uma programação clara do governo para resolver a situação, e as promessas de pagamento aos profissionais de saúde têm sido ignoradas.
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