A composição da equipe que ficará responsável pela transição entre os governos do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começaram a ser anunciados na última terça-feira (8) e seguem sendo anunciados nesta quinta (10). Ao todo, a equipe deve ter mais de 100 colaboradores, além dos 50 nomes que serão oficializados no Diário Oficial da União.
Entre os integrantes estão figuras políticas como Gleisi Hoffmann (PT), Simone Tebet (MDB) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), mas também figuras de fora do universo político, como a esposa de Lula, Rosângela Silva, a Janja.
No centro das discussões estão pontos como a tentativa de viabilizar a manutenção do valor do Auxílio Brasil em R$ 600 e o reajuste real do salário mínimo.
Como coordenador jurídico da equipe foi anunciado o servidor Jorge Rodrigo Araújo Messias, o Bessias. Ele ficou conhecido nacionalmente após ser chamado pela então presidente Dilma Rousseff (PT) em um grampo telefônico tornado público pelo ex-juiz Sergio Moro em março de 2016, no âmbito da Operação Lava Jato.
A divisão do grupo de transição deve ser feita em quatro grandes frentes, que são: coordenação executiva, coordenação de articulação política, coordenação de grupos técnicos e coordenação de organização da posse.
Confira quem serão os responsáveis por esses grupos:
Coordenação executiva
A coordenação executiva será liderada por Floriano Pesaro (PSB), sociólogo e ex-deputado federal. Ele foi secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo no governo de José Serra (PSDB) e secretário estadual na gestão de Alckmin.
Coordenação de articulação política
O grupo ficará sob a liderança da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Atualmente como deputada federal, Gleisi foi ministra da Casa Civil no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2011.
Coordenação de grupos técnicos
No comando da equipe de grupos técnicos ficará o ex-ministro da Educação, da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Casa Civil durante o governo Dilma Rousseff, Aloizio Mercadante. Economista, ele é um dos fundadores do PT e já foi senador e deputado federal.
Coordenação de organização da posse
A organização da posse, marcada para o dia 1° de janeiro de 2023, ficará sob a coordenação da esposa de Lula, a socióloga Rosângela Silva, mais conhecida como Janja, que casou com o presidente eleito no dia 18 de maio deste ano.
GRUPOS TÉCNICOS
Até esta quinta, alguns nomes já foram confirmados para os diversos grupos técnicos que farão parte da equipe de transição. Ao todo, de acordo com o PT, serão 31 grupos. Veja alguns deles:
Assistência social
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) aparece como o principal nome do grupo de assistência social. Além dela, foram anunciados os nomes de André Quintão, Márcia Lopes e Tereza Campello. A parlamentar concorreu neste ano à Presidência da República e decidiu se aliar ao petista no segundo turno,
Já André Quintão é deputado estadual, assistente social e sociólogo. Em 2022, foi candidato a vice-governador de Minas Gerais na chapa de Alexandre Kalil (PSD). Márcia Lopes é assistente social e professora e foi ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff. Tereza Campello é economista e também esteve à frente da pasta do Desenvolvimento Social.
Cidades e Habitação
Coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o deputado eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP) participará da equipe de transição no governo eleito e ficará no grupo técnico de Cidades e Habitação. Boulos conseguiu se eleger deputado federal pelo estado de São Paulo no último pleito.
Cultura
Na área cultural, a equipe de transição deve contar com três nomes, são eles: o ex-ministro Juca Ferreira, a atriz Lucélia Santos e o secretário nacional de Cultura do Partido dos Trabalhadores, Márcio Tavares. Juca foi ministro da Cultura em dois governos petistas. Entre 2008 e 2010, ele fez parte da gestão Lula, já entre 2015 e 2016, ele participou do governo Dilma.
Lucélia, por sua vez, concorreu neste ano ao cargo de deputada federal pelo estado do Rio de Janeiro, mas acabou não conseguindo se eleger. Já Tavares é um dos coordenadores do programa de cultura da chapa Lula e Geraldo Alckmin.
Desenvolvimento regional
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou, por meio de suas redes sociais, que estará na coordenação do time de desenvolvimento regional do governo de transição. Vice-presidente da CPI da Pandemia, ele atuou como líder da oposição ao governo Bolsonaro no Senado.
Economia
Quem integrará a área econômica da equipe de transição são os economistas André Lara Resende, Guilherme Mello, Nelson Barbosa e Pérsio Arida. Resende foi presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e ajudou a elaborar o Plano Real.
Mello, por sua vez, é professor de economia e foi assessor econômico da campanha de Lula. Barbosa foi ministro do Planejamento da Fazenda no governo Dilma Rousseff. Arida, assim como Lara Resende, ajudou a construir o Plano Real e também presidiu o BNDES.
Educação
O comando da equipe de educação ficará a cargo do ex-ministro Henrique Paim. O anúncio foi feito por Fernando Haddad. que também já chefiou a pasta da Educação e neste ano foi candidato a governador de São Paulo, sendo derrotado pelo ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas.
Paim já ocupou o cargo de secretário-executivo do MEC e foi presidente do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE) antes de ocupar a pasta. Atualmente ele é professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Indústria, Comércio e Serviços
O escolhido para coordenar a área foi o ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto (MDB). Na década de 90, no Congresso Nacional, Rigotto foi líder do PMDB e líder do governo Fernando Henrique Cardoso.
Saúde
O senador e ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT) foi o escolhido para coordenar a área da Saúde. Junto com ele, irão trabalhar os ex-ministros Alexandre Padilha (PT), Arthur Chioro (PT) e José Gomes Temporão (PSB). Todos eles também foram ministros da pasta.
CONSELHO POLÍTICO DA TRANSIÇÃO
Com Gleisi Hoffmann à frente do grupo, o PT já confirmou alguns nomes que irão compor o conselho político. Entre os escolhidos estão os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Jader Barbalho (MDB-PA), mas diversos outros políticos também farão parte. Confira alguns deles:
– Antônio Brito, deputado federal pelo PSD
– Carlos Siqueira, presidente do PSB
– Daniel Tourinho, presidente do Agir
– Felipe Espirito Santo, integrante da direção do PROS
– Guilherme Ítalo, da direção do Avante
– Jefferson Coriteac, vice-presidente do Solidariedade
– José Luiz Penna, presidente do PV
– Juliano Medeiros, presidente do PSOL
– Luciana Santos, presidente do PCdoB
– Wesley Diógenes, porta-voz da Rede
– Wolney Queiroz, deputado federal do PDT
CONSELHEIROS DA SAÚDE
Além dos cargos efetivos na equipe de transição, alguns convidados farão parte de uma comissão integrada por professores titulares da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) que auxiliará no debate sobre a área da Saúde durante a transição. A equipe será organizada pelo cardiologista Roberto Kalil Filho, médico de Lula, e terá diversos nomes em sua composição. Veja quais são:
– Miguel Srougi: Ex-profressor titular de urologia da FMUSP e da Escola Paulista de Medicina
– Fábio Jatene: Professor titular de cirurgia cardiovascular da FMUSP
– Giovanni Guido Cerri: Professor titular de radiologia da FMUSP
– Carlos Roberto Ribeiro de Carvalho: Professor titular de pneumologia da FMUSP
– Claudio Lottenberg: Presidente do conselho do Hospital Israelita Albert Einstein
– José Medina: Professor titular de nefrologia da Unifesp
– Drauzio Varella: Médico cancerologista
– Linamara Rizzo Battistella: Professora titular de fisiatria da FMUSP