A comissão parlamentar de inquérito que irá investigar no Congresso os atos golpistas de 8 de janeiro deve começar nesta semana – a expectativa é que a leitura do texto que irá abrir a comissão mista de Senado e Câmara ocorra quarta-feira (26).
A base bolsonarista insiste na tese de que o atentado às sedes dos três Poderes ocorreu por ação ou omissão de agentes do governo federal – caso do ex-ministro do GSI, general Gonçalves Dias, identificado pelas imagens do circuito de segurança no Palácio do Planalto.
O vazamento destes vídeos, inclusive, promoveu um cavalo de pau na orientação dos governistas: de refratários à comissão parlamentar de inquérito, passaram a apoiar sua criação e devem ter a maioria entre deputados e senadores.
Para apresentar argumentos de lado a lado, Julia Duailibi conversa com os deputados federais Altineu Cortês (PL-RJ), líder de seu partido na Câmara, e Lindbergh Farias (PT-RJ), vice-líder do governo no Congresso.
Neste episódio:
- Altineu classifica os eventos de 8 de janeiro como “o maior ataque à democracia” do país e diz que a CPMI “deveria ser a prioridade do governo” para que a sociedade conheça aquilo que classifica como “verdade dos fatos”;
- O deputado do PL critica a atuação do general Gonçalves Dias, a quem chama de “omisso”. Com base no depoimento de G. Dias à PF, ele afirma que o governo estava ciente do risco das invasões e que o “ex-ministro tem total responsabilidade” em relação à equipe do GSI;
- Lindbergh argumenta por que o governo rejeitou, até a semana passada, a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito: “foco para trabalhar e aprovar nossos projetos” e confiança “na investigação séria comandada pelo ministro Alexandre de Moraes”;
- O petista diz desconfiar que a motivação da oposição em mobilizar a CPMI é “atrapalhar a investigação”. E garante que, no Congresso, os governistas terão “maioria na comissão e o PL não vai conseguir nem a presidência e nem a relatoria” – e detalha como andam as negociações de bastidores.