O policiamento comunitário é o cerne do programa Rede de Vizinhos Protegidos, da Polícia Militar do Amazonas (PMAM). Por meio de visitas regulares a moradores e de um canal de comunicação direto por mensagem de celular, equipes policiais de três Companhias Interativas Comunitárias (Cicoms) realizam patrulhamento e outras ações preventivas para inibir a criminalidade. Atualmente, a ação ocorre nos bairros Planalto, Novo Aleixo e Dom Pedro.
Em Manaus, a Rede de Vizinhos Protegidos foi iniciada pela 17ª Cicom com foco no bairro Planalto, na zona centro-oeste. Desenvolvido por policiais militares de Minas Gerais, o modelo também é adotado pelas equipes da 27ª Cicom, no Núcleo 15, da Cidade Nova, zona norte; e, neste ano, foi implantado no bairro Dom Pedro, na zona centro-oeste, pela 10ª Cicom.
“A política de proximidade entre a Polícia e o cidadão favorece quando aumenta os laços de confiança. Dessa forma, nós conseguimos obter mais informações vindas diretamente da população e podemos direcionar nosso policiamento de forma mais precisa”, destacou o major Santos Correia, subcomandante do CPA Centro-Oeste.
De acordo com a PM, a principal demanda dos moradores em relação à segurança envolve roubos e perturbação do sossego. Os casos precisam ser registrados por meio de Boletim de Ocorrência (BO), mesmo com a atuação da Rede de Vizinhos Protegidos.
Com o programa, os policiais militares executam uma série de ações de caráter preventivo, seja orientando cuidados por parte dos moradores, seja realizando monitoramento mais aproximado em áreas sensíveis. Policial mais antigo do programa, o sargento Ney Silveira disse que conhecer a rotina dos moradores ajuda no trabalho da polícia e facilita a identificação de qualquer atitude suspeita.
“Já tivemos inúmeros veículos recuperados, roubo impedido, receptação de furto e até estupro de vulnerável. O morador, hoje em dia, não guarda a informação para si. Quando vê um elemento, um veículo suspeito, de pronto aciona a Polícia Militar através dos grupos de Whatsapp. Temos a possibilidade de dar uma resposta rápida. Em poucos minutos procedemos a uma abordagem e verificamos a intenção do elemento na comunidade”, explicou.
Moradora há 34 anos do conjunto Novo Edge, na Redenção, zona centro-oeste de Manaus, a dona de casa Elaine Lins disse que antes da chegada da Rede de Vizinhos Protegidos havia pensado até em se mudar.
“Eu não aguentava mais termos as casas invadidas, inclusive minha casa foi assaltada em pleno domingo pela manhã. O meliante pulou o muro da casa dos fundos. Esse projeto é excelente. Aprendemos muito sobre segurança e não cuidamos só da nossa casa, mas dos nossos vizinhos também. Quando vemos alguma atitude suspeita, já colocamos nos grupos do WhatsApp”, disse.