Combate ao racismo
Em medida inédita em sua história, a Seleção jogou de preto pela primeira vez, uma das ações da CBF no combate ao racismo no futebol. O uniforme, que também trouxe um patch com o lema “com racismo não tem jogo”, foi utilizado durante o primeiro tempo. Os jogadores também se ajoelharam e se sentaram no gramado após o apito inicial, em forma de protesto.
Lamentável
Mesmo toda a pauta antirracista do amistoso não evitou uma confusão no estádio. Um amigo de infância e hoje assessor de Vinicius Junior disse ter sido vítima de racismo. Ele afirma que um segurança que trabalhava na arena mostrou uma banana a ele e falou: “Mãos para cima, essa é minha pistola para você”.
Caso racismo amigo Vinicius Junior – Brasil x Guiné (Foto: Reprodução)
O cara
Vinicius Junior foi a figura central do amistoso. O jogo foi na Espanha, onde o atacante do Real Madrid sofreu variados ataques racistas de torcedores adversários ao longo da última temporada. Inclusive dentro da Seleção, ele se estabeleceu como voz ativa na luta contra o racismo, vestiu a camisa 10 e, dentro de campo, teve o esforço recompensado com o gol de pênalti no fim da partida.
Vini Jr Vinicius Junior Brasil Guiné (Foto: Albert Gea/Reuters)
Como era de se esperar, Guiné logo propôs um jogo muito físico para enfrentar a Seleção Brasileira, que mostrava muita dificuldade para sair com a bola. Isso porque a marcação adversária era muito forte e praticamente toda dentro do campo defesa, além disso o time de Ramon Menezes mostrava uma lentidão enorme para trocar passes. Assim, a partida se mostrava monótona e digna de um sábado à tarde pós-feijoada.
Seleções mexem no placar, Brasil abre vantagem, mas jogo volta a ser monótono
Depois de testar a paciência dos torcedores, a Seleção Brasileira procurou mudar o cenário do duelo. Em uma falta na ponta direita, Rodrygo cruzou para a área, a bola desviou em Casemiro e sobrou para o estreante Joelinton completar para o gol. Finalmente o placar estava aberto e, com isso, a esperança de melhora no jogo. Pouco depois, Rodrygo roubou uma bola, saiu em velocidade e tocou no contrapé do goleiro para abrir 2 a 0 no placar. Parece que o Brasil embarcaria em uma goleada, mas logo em seguida levou um gol, com “pane geral” da defesa, marcado por Guirassy. A partir da li, porém, a partida voltou a cair na morosidade e foi para o intervalo com 2 a 1 no marcador.
Brasil amplia logo de cara e abre o jogo no segundo tempo
Nem bem o time voltou do intervalo e a Seleção Brasileira conseguiu marcar o terceiro gol. A rede foi balançada em uma jogada ensaiada após um escanteio curto, em que Lucas Paquetá cruzou na cabeça de Éder Militão, que desviou sem chances para o goleiro adversário. Com isso, a partida passou a ficar mais aberta até mesmo para Ramon começar a fazer alguns testes, como Raphael Veiga no lugar de Paquetá, e Bruno Guimarães no lugar de Joelinton.
Richarlison perde gol incrível, Vini marca de pênalti e Veiga chama a atenção
Depois das primeiras alterações, a partida ficou mais interessante, inclusive com Guiné tendo oportunidade de diminuir, mas parando nas mãos de Ederson. Deu tempo também para Richarlison desperdiçar uma oportunidade incrível de deixar a sua marca. Era só ele e o goleiro. Quem vinha fazendo um bom jogo era Raphael Veiga tanto na armação quanto na recomposição, mas quem se destacou foi Malcom, sofrendo pênalti. Na cobrança, Vini Jr. bateu no cantinho para anotar o quarto da Seleção e encerrar a goleada em Barcelona.
Vem aí
O Brasil segue na Europa para mais um amistoso nesta Data Fifa. Será contra Senegal, na próxima terça-feira, no Estádio José Alvalade, do Sporting, em Lisboa, em Portugal. É o último compromisso antes das eliminatórias da Copa do Mundo, que começam em setembro.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 4 x 1 GUINÉ
Local: Cornellà-El Prat, Prat de Llobregat (ESP)
Data e hora: 17/6/2023, às 16h30 (de Brasília)
Árbitro: Andris Treimanis (LET)
Assistentes: Haralds Gudermanis (LET) e Aleksejs Spasennikovs (LET)
VAR: Víctor Garcia (ESP)
Público e Renda: Não disponíveis
Cartões amarelos: Casemiro e Lucas Paquetá (BRA) Sylla (GUI)
Cartões vermelhos: –
Gols: Joelinton (26’/1ºT) (1-0), Rodrygo (29’/1ºT) (2-0), Guirassy (35’/1ºT) (2-1), Éder Militão (1’/2ºT) (3-1), Vini Jr. (42’/2ºT) (4-1)
BRASIL: Ederson; Danilo (Vanderson, aos 47’/2ºT), Éder Militão, Marquinhos e Ayrton Lucas; Casemiro, Joelinton (Bruno Guimarães, aos 19’/2ºT) e Lucas Paquetá (Raphael Veiga, aos 19’/2ºT); Rodrygo (Malcom, aos 37’/2ºT), Vini Jr. (Rony, aos 47’/2ºT) e Richarlison (Pedro, aos 37’/2ºT). Técnico: Ramon Menezes.
GUINÉ: Koné; Conté (Dembo Sylla, aos 20’/2ºT), Sow, Diakhaby e Sylla; Diawara, Moriba (Aguibou Camara, aos 37’/2ºT), Guilavogui (Morlaye Sylla, aos 28’/2ºT), Naby Keita (Cissé, aos 28’/2ºT) e Kamano (Diaby, aos 28’/2ºT); Guirassy (Kanté, aos 20’/2ºT). Técnico: Kaba Diawara.