A apuração sobre o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (Psol) e de seu motorista Anderson Gomes foi transferida para o Supremo Tribunal Federal (STF), em que um sorteio definiu o ministro Alexandre de Moraes como relator. O crime ocorreu há seis anos e vinha tramitando no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
As investigações criminais ficam vinculadas à esfera do Judiciário de acordo com o perfil dos investigados. Até então estava na lista dos suspeitos o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE) Domingos Inácio Brazão. O cargo de conselheiro do TCE tem direito a foro privilegiado no STJ. Com a mudança de tribunal, os investigadores revelam que haveria outra autoridade que pode ser um parlamentar sob investigação ou mencionado no inquérito conduzido pela Polícia Federal (PF).
Domingos é irmão do deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ). Delatado por Ronnie Lessa como mandante do assassinato de Marielle, o conselheiro do TCE tem fotos com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e fez campanha em favor da petista Dilma Rousseff.
O assassinato completou seis anos nesta quinta-feira, 14, sem que tenha sido totalmente esclarecido. Embora os apontados como o autor dos disparos e o motorista que o conduziu naquela noite de 17 de março de 2018 no Rio de Janeiro estejam presos, ainda falta saber quem mandou matar Marielle.
O ex-policial militar que participou da execução Élcio Queiroz, motorista do carro utilizado pelos criminosos para o crime, fechou um acordo de delação premiada em 2023. De acordo com autoridades, ele trouxe à tona novas peças que desvendam o planejamento e o desdobramento dos assassinatos.
No início deste ano, outro envolvido no crime também resolveu falar à Justiça. O ex-policial militar do Rio Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle e Anderson, fechou um acordo de delação premiada com a PF. A delação de Lessa ainda dependia de homologação pelo STJ.
Caso Marielle no STF e com relatoria de Moraes
No STF, o caso que envolve as investigações relacionadas às mortes de Marielle e Anderson Gomes terá relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Por ora, não há mais informações sobre como a Corte vai lidar com o processo.