A direção de uma casa de ópera em Sttutgart (Alemanha) cujo novo espetáculo teria levado pessoas a vomitar e desmaiar durante a apresentação classificada como “extrema” rebateu as críticas.
A Staatsoper Stuttgart, que está sediando o espetáculo “Sancta Susanna”, minimizou a reação à apresentação que exibe uma “visão radical da Santa Missa” e a vida de uma freira explorando a sua sexualidade.
O show se tornou o centro de uma forte discussão nas redes sociais quando surgiram relatos na mídia dizendo que o sexo explícito entre duas mulheres, sangue real e freiras nuas patinando deixaram espectadores precisando da atenção dos socorristas.
“Só para registro: ninguém vomitou nas apresentações”, escreveu na rede X Johannes Lachermeier, chefe de comunicações da casa de ópera.
Os relatórios indicam que um total de 18 pessoas na ópera estadual de Stuttgart precisaram de tratamento médico para náuseas severas durante duas apresentações no fim de semana. Um médico foi chamado para tratamento três vezes.
Mas a série de incidentes foi minimizada ainda mais pela casa de ópera em X. Um tuíte em na quinta-feira (10/10) disse que “ambas as noites foram bem recebidas” e que os relatos de primeiros socorros significavam apenas que “alguém saiu do auditório e demos à pessoa um copo de água”. Outras apresentações estão acontecendo conforme o planejado.
Dirigido pela coreógrafa austríaca Florentina Holzinger — uma profissional já conhecida por performances nada convencionais e que costumam ser provocantes —, a ópera conta com um elenco majoritariamente feminino, que retrata freiras que se despem de seus hábitos costumeiros ao longo das cenas. Assim, o espetáculo vai abordando a temática da sexualidade dentro de um contexto religioso.
Algumas cenas mostram, por exemplo, uma atriz vestida de branco, como o Papa, sendo levantada por um braço robótico, dançarinos nus fazendo acrobacias, entre outros momentos. Há ainda um trecho em que um dos atores simula que corta um pedaço de pele, ilustrando o sacramento da eucaristia, na ceia católica.
A obra em que se baseia, “Sancta Susanna”, do compositor alemão Paul Hindemith (1895-1963), também causou escândalo na estreia, em 1922. Ao retratar os últimos momentos da vida de uma freira conflituada, a ópera em um ato aborda a relação entre celibato e luxúria no cristianismo, integrando elementos estilísticos do Expressionismo e do Romantismo Gótico.