Os “carros voadores” (eVTOL) em desenvolvimento pela Embraer são parte de um projeto ousado e, aparentemente, caro. De acordo com o presidente da empresa na época que o projeto foi criado, Paulo Cesar de Souza e Silva, cada unidade do veículos terá que custar entre US$ 500 mil e US$ 600 mil dólares, para ser viável.
A intenção do setor é que o “carro voador” seja um meio de transporte popular e bastante demandado. Silva acredita que para cumprir com o objetivo, o eVTOL “não poderá custar mais de US$ 600 mil”. A ideia inicial não é que ele seja adquirido por consumidores, mas funcione como um táxi aéreo. “Hoje, a Embraer não tem recursos para fazer investimentos por conta própria como tinha no passado”, destacou.
A Embraer divulga poucas informações sobre o eVTOL, mas, segundo o ex-presidente, o total do projeto deve custar cerca de US$ 300 milhões. Na avaliação do executivo, a companhia teria dificuldades para arcar sozinha com o montante, visto que sofre com a queda de pedidos de aviões por conta da crise acometida pela covid-19, além de estar se recuperando do fracassado acordo de venda de sua unidade comercial para a Boeing.
O executivo diz acreditar ainda que a Embraer está preparada para ser uma das principais empresas desse mercado futuro. Isso porque as startups que trabalham em projetos semelhantes deverão ter dificuldade para certificar suas aeronaves e as gigantes, como Boeing e Airbus, não estão dando prioridade ao produto, por enquanto. Ele prevê que o “carro voador” possa começar a operar entre 2025 e 2026, mas enfrentará desafios importantes até lá.
Um dos maiores entraves, segundo Silva, será conseguir remunerar todos os envolvidos na cadeia, desde fabricantes da aeronave até os donos dos imóveis onde o eVTOL pousará. Para que tudo funcione de forma mais econômica possível, ele diz que é fundamental que o veículo funcione de forma autônoma – fator que encarece a operação.
As parceria da Embraer para criar “carros voadores”
Considerado o próximo passo na eletrificação dos automóveis, os carros voadores parecem ser uma realidade para a Embraer que desenvolve o seu próprio eVTOL (sigla em inglês para “veículo elétrico de decolagem e aterrissagem vertical”) desde 2017, durante a gestão de Paulo César de Souza e Silva. Até agora, o modelo já tem unidades vendidas para empresas que atuam nos Estados Unidos (EUA), Reino Unido e na América Latina.
Por meio da Eve, empresa independente criada pela Embraer para acelerar o desenvolvimento do ecossistema de mobilidade aérea urbana (UAM) no mundo, o Brasil tem estudado vários projetos nos últimos anos para criar uma a infraestrutura de táxi aéreo no País para o uso por eVTOLs – que tem sido apelidado de “carro voador”, mas na verdade funciona como um helicóptero elétrico que, por ter hélices diferentes, realiza pousos e decolagens mais suaves. Por ora, os primeiros testes ocorrem em simulador, porém a ideia é que o produto final opere com o menor custo possível.
A primeira venda foi anunciada no dia 1 de junho deste ano para a Halo, empresa de táxi aéreo que atua nos EUA e Reino Unido. O acordo fechado envolve a produção de 200 aeronaves e o desenvolvimento de uma nova operação de eVTOL em ambos os países. Já no último dia 6, a Eve fechou mais uma parceria, dessa vez com a Helisul Aviation, uma operadora de helicópteros que atua na América do Sul. O pedido foi de até 50 eVTOLs. As duas encomendas têm prazo de entrega para 2026.
As duas novas parcerias somam-se a uma, mais antiga, com a Uber, que deu início ao projeto do eVTOL, com a criação da subsidiária EmbraerX. No ano passado, quando o veículos da Embraer foi anunciado, o aplicativo de transporte privado urbano tinha planos de iniciar as operações já em 2023, mas o prazo é considerado apertado por participantes do mercado e mais detalhes não foram divulgados.
Com informações de Olhar Digital