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CARNAVAL 2025: Nossa Senhora, Jesus e Xangô juntos em Carro Alegórico provocam polêmica no desfile que foi a despedida do intérprete Neguinho da Beija-Flor

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Escola foi a segunda a desfilar nesta segunda-feira, 3, na Sapucaí

Beija-Flor de Nilópolis levou uma polêmica para o centro dos holofotes da Avenida na segunda noite de desfiles do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira, 3: Nossa SenhoraJesus e Xangô juntos em um carro da comissão de frente.

A escola homenageou a trajetória do diretor de carnaval Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, o Laíla, no enredo Laíla de Todos os SantosO sincretismo religioso fez parte da vida do carnavalesco, que morreu em 2021 por complicações de Covid, aos 78 anos. 

‘Cristo Mendigo’ volta à Sapucaí 36 anos após marcar o carnaval do Rio

Uma das cenas mais marcantes da história do carnaval carioca é de 1989. Após disputas judiciais entre a Beija-Flor com a arquidiocese, a escultura do Cristo Mendigo, que fazia parte de uma das alegorias de Ratos e Urubus, de Joãosinho Trina, entrou encoberta na Sapucaí com a icônica frase “Mesmo proibido olhai por nós”. O autor da ideia foi o diretor de carnaval Laíla, homenageado neste ano pela escola de Nilópolis — que leva à Sapucaí um novo Cristo Mendigo.

A nova versão da escultura da Beija-Flor, assinada pelos carnavalesco João Vitor, mantém os sacos pretos que escondiam o rosto do Cristo, mas há uma nova frase: “Do Orun (céu) olhai por nós” — um clamor feito pela comunidade para os baluartes olharem pela escola.

Na despedida do intérprete Neguinho da Beija-Flor, a Azul e Branco de Nilópolis deu um show na Marquês de Sapucaí e entrou com forte candidata ao título do Grupo Especial. Em busca da sua 15º estrela, a agremiação da Baixada Fluminense teve uma exibição de gala para encher de orgulho Laíla, histórico carnavalesco, dirigente, morto em 2021, e que foi o enredo da Deusa da Passarela em 2025.

“Laíla de todos os santos, Laíla de todos os sambas”, assinado pelo carnavalesco João Vítor Araújo, entrou para a galeria de grandes desfiles da história da agremiação da Baixada Fluminense. Não só pela beleza plástica, como a frente exaltando o orixá Xangô, pai de cabeça de Laíla, mas também pela emoção da comunidade. Luxuosa, imponente e opressora a passagem pela passarela.

A construção foi lúcida e explicou bem o enredo. Passagem nos setores pelas raízes do homenageado, sua ancestralidade, fé, habilidades (como o quarto carro, exaltando audição apurada para musicalidade) e como comandava a comunidade. Para o torcedor apaixonado pela escola, uma descrição perfeita.

A plenos pulmões, as alas deram aula de evolução. A sensação de muita diversão curtindo o carnaval, mas vendo também o resgate da Beija-Flor que Laíla tanto pregou para manter em alto nível. Muito brilho nas fantasias e carros, aposta alta em tons de prata, ouro e azul, principalmente no quadro setor do desfile, e acabamentos impecáveis.

A Beija-Flor fechou o desfile em alta. O carro trazendo a escultura de Laíla trouxe a exuberância da construção do Carnaval de 2025 e, em seguida, a última alegoria trouxe referências a “Ratos e Urubus”, desfile de 1989 considerado um dos maiores da história.

No carro de som, toda a maestria de Neguinho da Beija-Flor cantando como se estivesse no início de sua trajetória. O histórico intérprete conduziu o desfile com a voz marcante e o apoios muito importante como Nino do Milênio e Leozinho.

O desfile foi encerrado com tranquilidade sem problemas. Um espetáculo da Soberana confirmando as projeções do período pré-Carnaval e firmando o status de potencial desfile campeão no ano.