Levantamento feito pela proScore, bureau digital de crédito, especializado em Big Data, Analytics e motores de decisão, mostra que o país possui mais de 100 milhões de homônimos, ou seja, pessoas que têm nome e sobrenome idênticos. De acordo com especialistas, o alto número de cidadãos com o mesmo nome aumenta os riscos de fraudes.
Maria José da Silva é nome campeão de repetições no Brasil: são 78,4 mil pessoas com esse mesmo nome. O vice-campeão em repetições é Maria Aparecida da Silva, com 53, 7 mil homônimos. Ainda no “Maria Aparecida da Silva”, mesmo tirando o “da”, ainda sobram cerca de 5,3 mil Marias Aparecidas Silvas.
De 217 milhões de pessoas cadastradas na base da proScore, 116 milhões são homônimos. Segundo a empresa, pode-se afirmar que 1 em cada 2 brasileiros tem um homônimo.
Veja os 20 nomes mais recorrentes no Brasil. À esquerda, a quantidade de pessoas com o respectivo nome, à direita, os nomes com maior quantidade de homônimos:
78.403 | MARIA JOSE DA SILVA |
53.743 | MARIA APARECIDA DA SILVA |
36.016 | MARIA JOSE DOS SANTOS |
35.256 | JOSE CARLOS DA SILVA |
32.886 | MARIA DE LOURDES DA SILVA |
30.857 | JOSE PEREIRA DA SILVA |
29.296 | JOSE ANTONIO DA SILVA |
28.978 | JOAO BATISTA DA SILVA |
26.258 | MARIA APARECIDA DOS SANTOS |
24.919 | JOSE DOS SANTOS |
24.813 | JOSE FRANCISCO DA SILVA |
22.848 | MARIA DE FATIMA DA SILVA |
22.642 | JOSE CARLOS DOS SANTOS |
22.560 | JOSE FERREIRA DA SILVA |
20.099 | ANTONIO PEREIRA DA SILVA |
20.066 | ANTONIO JOSE DA SILVA |
19.561 | MARIA DO CARMO DA SILVA |
19.291 | JOSE DA SILVA |
18.713 | JOSE ALVES DA SILVA |
Com a grande probabilidade de encontrar alguém com o mesmo nome, especialistas alertam para a chance de cair em fraudes e golpes.
“Essa questão da homonomia é extremamente importante dentro da atividade econômica. Por isso, a necessidade das empresas e comércios utilizarem ferramentas de prevenção de riscos e fraudes. Nosso cadastro tem milhares de homônimos, o que demonstra o tamanho do risco”, esclarece Mellissa Penteado, fundadora e CEO da proScore.
O especialista em segurança pública e privada Leonardo Sant’Anna enumera os cuidados que uma pessoa que está entre os homônimos mais comuns deve tomar para evitar riscos de fraudes:
- proteger dados registrados em cartórios, em especial os de imóveis. Procure tirar uma certidão negativa de propriedade imobiliária e também solicite uma certidão de busca de bens;
- manter dados de e-mails sempre atualizados;
- proteger as senhas usadas para compras pela internet e;
- usar ferramentas de alerta para saber quando compras ou cadastros são feitos em seu nome, as biometrias comportamentais.
“Alguns bancos e empresas de cartão de crédito já usam esse mecanismo, que bloqueia seu cartão em transações e pagamentos que não sejam comuns ao seu dia a dia, determinando que você ligue para liberar a possível compra”, relata Sant’Anna.
Ainda de acordo com o especialista, no caso de ser vítima de um crime desse tipo, a pessoa deve recorrer primeiramente à instituição ou local onde sofreu o golpe, também a cartórios e delegacias de defraudações ou até crimes digitais, se esse for o caso.
“Sempre que possível dedique um tempo para colocar as datas e horários em que as fraudes aconteceram, pois isso faz diferença tanto no processo judicial como para lembrar da dinâmica dos fatos. Outro ponto importante é que nada seja feito apenas verbalmente. Desde as reclamações junto a estabelecimentos comerciais até a denúncia em órgãos policiais, tudo deve estar por escrito”, explica.
*Com informações do metrópolis