O vice-presidente e titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou que a possibilidade de o Brasil fazer parte da Nova Rota da Seda da China não foi discutida durante as reuniões ministeriais do grupo das 20 maior economias do mundo (G20), mas que a China é o maior parceiro comercial do Brasil e que é desejo do país ampliar as relações não só com o gigante asiático, mas também com outras nações.
Alckmin afirmou que o país quer aprofundar a relação com a China para ter investimentos recíprocos.
– Não tem situação específica sobre o belt and road, mas o Brasil quer ampliar a relação com a China, como também com os demais países – disse.
Ele fez as declarações em entrevista coletiva após o encontro ministerial, em Brasília.
– O Brasil não tem litígio com ninguém, é país promotor da paz. Se relaciona com todos e se relaciona bem – afirmou.
O vice-presidente lembrou que, há quase uma década, a China é o maior parceiro comercial do Brasil, enquanto os Estados Unidos são os principais investidores no país.
– O presidente Lula tem destacado a importância do comércio exterior – enfatizou, dizendo que o Brasil tem uma fatia de apenas 1,9% do PIB comercial mundial e que, portanto, 98% estão fora do país.
Por isso, conforme o ministro, é fundamental proporcionar um crescimento desse segmento.
– Os países que mais crescem no mundo têm comércio forte, pois é via de mão dupla: exporta e importa – apontou.
Ele citou expectativas de ampliação de comércio com Mercosul, União Europeia, Efta e Emirados Árabes.
– Temos um caminho pela frente muito importante de abertura de mercado – previu.
Presidência brasileira no G20
Geraldo Alckmin afirmou que a questão do comércio e investimentos foi bem sucedida na presidência brasileira do grupo das 20 maiores economias do mundo.
– Foi bem sucedida, mas que isso se faça dentro de princípios, como a questão de não ter trabalho escravo, de ter respeito ao desenvolvimento social e ambiental, não é crescer destruindo o meio ambiente – disse durante entrevista coletiva realizada após a reunião ministerial.
Alckmin enfatizou também o avanço sobre a importância de se fortalecer o multilateralismo, e voltou a repetir sobre a necessidade de se deixar a Organização Mundial do Comércio (OMC) mais robusta.
– Precisamos ter um sistema de decisão de controvérsias. No comércio, é natural que haja conflitos, mas é preciso ter regras e que sejam respeitadas – enfatizou.
Ele disse ainda que o sistema também precisa ser ágil, rápido e eficaz.
*AE