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Base do governo quer emplacar o mesmo time da CPI da Covid-19 na CPMI do 8 de Janeiro

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Intenção é destacar os quadros mais experientes do Senado, para neutralizar a narrativa da oposição sobre os atos extremistas

A base do governo no Congresso Nacional quer emplacar o mesmo time que esteve à frente da CPI da Covid no comando da CPMI do 8 de Janeiro. A intenção dos governistas é destacar os quadros mais experientes e treinados do Senado nessas situações, para neutralizar a narrativa da oposição sobre os atos de vandalismo aos prédios dos Três Poderes.

Após três adiamentos e pressão da oposição, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se comprometeu a ler o requerimento de instalação da comissão na próxima sessão do Congresso, em 26 de abril.

Os nomes dos senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Humberto Costa (PT-PE) devem ser indicados para compor a comissão pelo lado do governo. Durante a investigação da CPI da Covid, em 2021, Aziz foi o presidente, Randolfe assumiu a vice-presidência, Renan ficou com a relatoria e Humberto foi membro titular.

Segundo o vice-líder do governo no Congresso, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), os aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vão entrar na briga também pela presidência e relatoria da CPMI do 8 de janeiro.

As cadeiras, no entanto, devem ser negociadas com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Se não houver acordo, a presidência é escolhida por votação, por isso, o tamanho dos blocos é importante para determinar a composição da mesa.

“Há uma maioria do governo. A presidência vai ser do bloco governista, e o relator também”, afirmou Farias, em coletiva de imprensa nessa quinta (20).

“Vamos investigar, pegar financiadores e vamos atrás dos autores intelectuais dos atos”,

afirmou o deputado.

Pelos cálculos de Farias, a situação é mais confortável no Senado, já que os blocos que apoiaram Pacheco na reeleição à presidência da Casa conseguiram escantear a oposição das presidências das comissões.

Na Câmara, a situação é mais apertada, isso mesmo com a criação do “superbloco” de Lira, que nasceu com o objetivo de garantir a governabilidade de Lula. Isso porque o grupo, com 172 deputados, incorpora partidos tanto da base do governo quanto do centro e de direita, como o MDB e o Patriota.

Oposição também quer relatoria e presidência

Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPIPANDEMIA) realiza reunião semipresencial para discussão e deliberação do Relatório Final. A reunião também é reservada para a leitura dos votos em separado apresentados à comissão. Mesa: vice-presidente da CPIPANDEMIA, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP); presidente da CPIPANDEMIA, senador Omar Aziz (PSD-AM); relator da CPIPANDEMIA, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Foto: Pedro França/Agência Senado

Do lado da oposição, dois nomes se destacam na disputa por protagonismo na CPMI. O primeiro é o deputado federal André Fernandes (PL-CE), que conta com o apoio do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e é o autor do requerimento de criação da CPMI. 

No entanto, até mesmo a participação de Fernandes da comissão será questionada pelos governistas, pois ele é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por possível envolvimento nos atos de vandalismo do 8 de Janeiro.

Quem está na briga pela relatoria do lado da oposição é o senador Marcos do Val (Podemos-ES). Desde os primeiros dias após a depredação em Brasília, o parlamentar faz coro para a investigação dos atos também no âmbito do Congresso.

“Preciso da força de todos os patriotas para que eu seja escolhido pelos senadores como o relator da CPMI”,

declarou do Val.

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