A cidade de Brasília se prepara para receber nesta quarta-feira (7/5) mais um ato organizado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Desta vez, o protesto é em defesa da anistia aos presos e investigados pelos ataques golpistas às sedes dos Três Poderes, ocorridos em janeiro de 2023.
A manifestação terá início às 16h, nas proximidades da Torre de TV, e seguirá em direção à Esplanada dos Ministérios; mas será contida na altura da Avenida José Sarney, sem alcançar o Congresso Nacional. As informações são do portal Metrópoles.
O itinerário e as medidas de segurança foram acertados em reunião entre os organizadores e representantes da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) na tarde desta segunda-feira (5/5). Três faixas do Eixo Monumental serão interditadas: duas para o público e uma exclusivamente para uso das forças de segurança. Grades de contenção serão instaladas para impedir o avanço dos manifestantes rumo ao Congresso.
Coordenado pelo pastor Silas Malafaia, nome frequente na articulação de eventos políticos da direita religiosa, o ato tem previsão de durar duas horas. Segundo Malafaia, será uma mobilização “pacífica e organizada”. O deputado distrital Thiago Manzoni (PL-DF), que também participou da organização, reforçou que a expectativa é de um protesto tranquilo, assim como os anteriores.
Embora esteja em recuperação de uma cirurgia abdominal e ainda sob orientação médica para evitar aglomerações, Bolsonaro indicou em seu Instagram que pode comparecer ao evento, “se a saúde permitir”. Ele gravou um vídeo ainda no hospital convocando os apoiadores para a caminhada “pela anistia humanitária”. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, assim como os filhos Flávio e Carlos Bolsonaro, são esperados no ato.
Saiba o que será tema na manifestação
Além do pedido de perdão judicial para os envolvidos nos atos antidemocráticos, a manifestação também quer prestar uma homenagem ao ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi o único da Primeira Turma a propor uma pena mais branda para Débora Rodrigues dos Santos, acusada de vandalizar uma estátua em frente ao STF. A maioria da turma decidiu por uma pena de 14 anos de prisão.
Enquanto isso, o projeto de lei que propõe a anistia aos réus enfrenta resistência no Congresso Nacional. Apesar de já contar com o número mínimo de assinaturas para tramitação em regime de urgência, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que não pretende pautá-lo nesta semana. Ele disse que ainda há conversas em andamento sobre a possibilidade de penas alternativas ou mais brandas.
A manifestação acontece em meio ao avanço das investigações no STF sobre as articulações antidemocráticas após a eleição de 2022. Nesta terça-feira (6/5), a Corte deve analisar o recebimento de novas denúncias contra sete apoiadores de Bolsonaro, investigados por participação em campanhas de desinformação e ataques às instituições.