Um atentado contra o jovem Marcos Péres, de idade não revelada, nesta quarta-feira (24), virou um ato político às vésperas da eleição suplementar no município de Coari, marcada para o dia 5 de dezembro, conforme determinação do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM).
Momentos após a ação criminosa, o ex-prefeito cassado do município, Adail Filho (Podemos), se manifestou por meio de suas redes sociais, sugerindo que o ato teria ligação com o processo eleitoral. “Foi o primeiro sangue derramado, comprovando o tudo ou nada dessas pessoas que só querem chegar ao poder”, disse ele.
O candidato à Prefeitura de Coari, Keitton Pinheiro (PSD), ligado a Adail Filho, usou as redes sociais para enviar preces ao jovem que participa do movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis, Queer, Intersexo e Assexuais (LGBTQIA+), naquele município.
Já a coligação Ficha Limpa para Coari, do também candidato Robson Tiradentes Jr. (PSC), repudiou, por meio de nota, qualquer ato que coloque em risco a integridade física dos cidadãos de Coari, bem como a série de fake news que circulam em decorrência do atentado criminoso contra apoiador de adversário político.
“A coligação preza pela democracia e pela segurança da população. Por isso, espera que todas as medidas sejam adotadas para elucidar o caso e punir o infrator”, disse Jr. em nota.
Investigação
O site O PODER entrou em contato com a delegada Ana Oliveira, da Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Coari, que informou que as investigações em torno do caso já estão em andamento, mas adiantou que, até o momento, nenhum Boletim de Ocorrência (BO) sobre atentado foi registrado.
Comitê de Combate a Corrupção
Por meio de nota, o Comitê do Amazonas de Combate à Corrupção manifestou repúdio contra a péssima prática política e o uso de qualquer ato ilegal para obtenção de votos na eleição no município de Coari. Além disso, o movimento se solidarizou com os membros do Ministério Público e da Justiça Eleitoral, e colocou seus canais de comunicação à disposição da população para receber denúncias de práticas ilegais referentes à eleição suplementar.
De acordo com o documento, os fatos e atos ocorridos na eleição para prefeito do município, noticiados e denunciados pelo Ministério Público Eleitoral, de uso das máquinas públicas, não podem ser a prática para promoção de eleição limpa, livre, de respeito à ética e aos eleitores.