Amazonino, que foi entrevistado pela TV Norte, afiliada do SBT, confirmou que está preparado para disputar o governo.
Provocado sobre o projeto mal sucedido da Cidade Universitária, em Iranduba (AM), que rendeu ao Governo do Estado o desperdício de mais de R$ 200 milhões, Amazonino ressaltou que a obra foi mirabolante e sem objetivos para a educação universitária amazonense.
“Não me fale de cidade universitária que isso me constrange muito. Um absurdo, foi jogado dinheiro fora. Enganaram o povo, os jovens. É lamentável, não gosto nem de ouvir falar isso. Seria para amparar o estudante eventual do interior. Tecnicamente, isso não é correto. Mas quando eu fiz a universidade (UEA) eu quis estendê-la para o interior. É muito difícil, isso é importante. A Cidade Universitária foi uma proposta mirabolante, inviável e está lá os escombros da terraplanagem, não é bem escombro. Milhões jogados fora. É só pegar e acomodar o estudante do interior. Quando levei a universidade para o interior criei até um curso, que infelizmente acabaram, de ciências políticas. A minha intenção era fazer uma revolução no meu estado. E queria uma universidade singular, diferente, que ela fosse diferente, na Amazônia”, explicou.
BR-319
Amazonino Mendes, que chegou a asfaltar trechos da BR-319 e construir pontes de ligação no trecho Carreiro da Várzea a Careiro Castanho, disse que a rodovia é importante para o desenvolvimento regional. Ele sustentou que caso não haja a obra de asfaltamento por impedimentos de licenças ambientais, que o estado seja ressarcido pela importância ambiental da manutenção da floresta em pé.
“Essa estrada é fundamental, é incrível como não se realiza. A verdade é que o Brasil é um país que ainda que não se respeita. No conceito internacional, esse país baixa muita a servis. Esse país não pode ser assim, esse país tem que reagir. Agora na Amazônia, há um dado que nós somos obrigados a respeitar. Mas nós não procuramos realmente entender do ponto de vista científico. Se, de fato, a Floresta Amazônica em pé é importante para o equilíbrio climático do planeta, aí não tem jeito. É nossa obrigação, é a sobrevivência da humanidade. Aí, nós temos que respeitar, mas teríamos direito de reclamar uma contrapartida sobretudo financeira até para mantê-la em pé”, disse.
Sustentabilidade
Amazonino defendeu durante o programa projetos sustentáveis como a expansão da farmacopeia na região. “Por que que a gente não começa o trabalho sério de pesquisa para levantar a farmacopeia possível extraída da nossa floresta? Nós temos o direito de crescer economicamente, de distribuir recursos para uma população sofrida, pobre e desvalida como a nossa. Pari passu a isso, acompanhar os avanços técnico-científicos. Nós somos obrigados ao desenvolvimento. Isso pressupõe o quê? Você está pari passu acompanhando correlatamente a ciência”.
Para Amazonino, a experiência adquirida em quatro mandatos como governador, três de prefeitos de Manaus, e um de senador da República, o capacitam ainda mais para criações de projetos em prol do desenvolvimento do Amazonas.
“Por isso que eu fiz a universidade. Eu tenho essa tendência, não se iludam com esses cabelos brancos. Eu sempre fui revolucionário. Isso significa que eu não me conformo, eu avanço, eu brigo, eu luto, não para mim. Eu confesso que sou uma pessoa diferente. Eu duvido que apareça uma pessoa aqui que diga que o Amazonino, quando advogado, executou para mim quem me devia. Para mim, eu sou inibido. Mas para fazer para os outros, para a sociedade, eu não tenho inibição. O meu limite é inalcançável. É meu, é da minha natureza isso. Eu olho para trás com todos esses anos e digo: mas meu Deus, eu não cuidei de mim. Eu cuidei dos outros. Sei lá, foi uma espécie de missão, não sei. Isso me parece até místico”, finalizou a entrevista.