O Alibaba Group Holding informou nesta segunda-feira (9) que demitiu um gerente acusado de abuso sexual. A empresa prometeu políticas para prevenir o assédio – ação criticada pela mídia estatal chinesa pois foi adotada apenas após o caso vir a público.
No sábado (7), uma funcionária publicou um relato de 11 páginas na intranet do Alibaba dizendo que seu gerente e um cliente abusaram sexualmente dela, e que superiores e a área de recursos humanos não levaram o assunto a sério nos cinco dias desde que ela denunciou o ocorrido.
O gerente, da unidade de entrega de mercearia Neighborhood Retail, se envolveu em “atos íntimos” quando a funcionária estava embriagada e “foi demitido e nunca será recontratado”, afirmou o presidente-executivo, Daniel Zhang, em um comunicado aos funcionários visto pela Reuters e que depois tornou-se público. A polícia está investigando o assunto, disse ele.
“O Alibaba não conseguiu oferecer uma resposta que satisfaça a opinião pública depois dessa omissão desajeitada”, disse um editorial do Global Times publicado pelo jornal estatal Diário do Povo.
Internamente, em um grupo de bate-papo dedicado ao tema, funcionários exigiram justiça e medidas de prevenção ao assédio sexual. O grupo atingiu mais de 6.000 membros no domingo (8).
O incidente também gerou discussões internas sobre a cultura da empresa, disse um funcionário do Alibaba, que não quis ser identificado. Ele afirmou que o Alibaba está enfrentando forte pressão da opinião pública e que é necessário “raspar o veneno do osso” – uma expressão chinesa que significa remover uma parte prejudicial para salvar o restante.
Em seu memorando, Zhang anunciou o treinamento de toda a empresa para a prevenção de assédio sexual. Ele também disse que o Alibaba se opõe veementemente à “cultura terrível de forçar alguém a beber”, referindo-se ao relato da funcionária, que afirma que ela foi forçada a ingerir bebida alcoólica pelo gerente.
“Este caso é uma humilhação para todos os funcionários do Alibaba. Precisamos reconstruir e mudar”, disse Zhang.
Fonte: cnnbrasil