O deputado federal Alberto Neto causou polêmica ao publicar, mais uma vez, os resultados de uma pesquisa eleitoral da AtlasIntel, que já havia sido barrada anteriormente pela Justiça. A pesquisa em questão foi invalidada pelo Tribunal Regional Eleitoral por utilizar exclusivamente entrevistas realizadas de forma eletrônica, o que, segundo a decisão judicial, comprometeu a representatividade e a precisão dos dados coletados.
A pesquisa da AtlasIntel, amplamente divulgada por Alberto Neto, foi criticada por não conseguir atingir uma parte significativa da população, especialmente os mais humildes e os idosos, que têm pouco ou nenhum acesso à internet. Esse fator levantou preocupações sérias quanto à veracidade dos resultados apresentados, visto que a exclusão de tais grupos cria um viés significativo, desconsiderando as opiniões de uma fatia expressiva do eleitorado.
A decisão da Justiça de barrar a pesquisa se baseou exatamente nesse ponto: a metodologia aplicada não conseguiu captar a realidade de grande parte da população, especialmente em um estado como o Amazonas, onde o acesso à internet ainda é limitado em várias regiões, principalmente entre as classes menos favorecidas e entre a população mais idosa. Essa limitação comprometeu a integridade dos dados, que passaram a refletir apenas a opinião de uma parte mais conectada da sociedade, deixando de lado segmentos importantes do eleitorado que merecem ser ouvidos.
Mesmo após a decisão judicial, Alberto Neto voltou a postar os resultados da pesquisa em suas redes sociais, gerando novo debate sobre a disseminação de dados questionados e a responsabilidade de figuras públicas na divulgação de informações eleitorais. A atitude do deputado tem sido vista por alguns analistas como uma tentativa de manter sua narrativa eleitoral, mesmo diante das limitações impostas pela justiça.
Especialistas alertam que a divulgação de pesquisas com métodos falhos pode distorcer a percepção do público sobre o cenário eleitoral, criando falsas expectativas e manipulando a opinião pública. A insistência em promover esse tipo de levantamento, segundo esses especialistas, pode prejudicar ainda mais a confiança nas pesquisas eleitorais e nos processos democráticos em geral.
Esse episódio evidencia, mais uma vez, a importância de garantir que as pesquisas eleitorais sejam realizadas de maneira inclusiva e com metodologias que respeitem a diversidade do eleitorado, a fim de refletir um panorama mais fiel da disputa política.