O analista ambiental do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) Roberto Cabral criticou a decisão da Justiça, que determinou a devolução da capivara Filó ao influenciador Agenor Tupinambá. O vídeo com as críticas do agente foi publicado em seu perfil nas redes sociais.
Agenor Tupinambá, influencer que mostrava a rotina de sua capivara nas redes sociais, foi multado pelo Ibama em R$ 17 mil e denunciado por suspeita de abuso, maus-tratos e exploração animal. Ele também foi obrigado a entregar o animal, mas uma decisão da Justiça no sábado (30) determinou que o órgão público devolvesse Filó ao seu tutor.
“Não se trata apenas de uma discussão sobre uma capivara. Outra capivara teria morrido, duas preguiças, sendo que uma delas morreu, duas jibóias, uma paca, uma arara, dois papagaios, uma coruja, uma aranha… ou seja, uma série de animais que foram explorados de forma ilegal para se conseguir likes na internet. Isso é proibido no Brasil. Tanto o cativeiro, quanto a exploração desses animais, principalmente porque eles não têm origem legal”,
iniciou o agente. (Assista ao vídeo abaixo)
“Além disso, trata-se de um influencer e não de um ribeirinho. Não é um fazendeiro, não é um peão boiadeiro, não é uma pessoa hipossuficiente. É um influencer com milhares de seguidores [ele tem, na verdade, 2,1 milhões de seguidores]. Inclusive, com assessoria de marketing e assessoria jurídica. Não é uma pessoa que desconhecia leis. É um estudante de agronomia e que estuda em Manaus, onde está o Ibama. Então, ele poderia já ter em algum momento procurado o Ibama e entregue os animais”, prosseguiu.
“A decisão judicial prejudica e muito a reintrodução desse animal. O melhor destino para a capivara não é ficar numa casa, lembrando que a área é desmatada e não existem capivaras ali naquele local. O melhor para ela é ser realmente livre, junto com outras da sua espécie. Nós lutaremos para que o melhor destino para ela seja cumprido. Que seja livre, mas realmente livre, com outras de sua espécie, e não sendo humanizada”,
concluiu.
O bicho continua morando com o tiktoker, mas agora ele está proibido pela Justiça de fazer publicações com animais silvestres.
Por mais que tenha milhões de seguidores nas redes sociais, Agenor disse nunca ter ganhado dinheiro com os animais silvestres. Ele confirmou que já produziu publicidade para as redes sociais, mas afirmou que sempre deixou os animais de fora delas.