Além dos 45 cartões que recebeu desde que começou a trabalhar no Brasil, em outubro de 2020, Abel Ferreira deu hoje, no Mineirão, mais um motivo para as pessoas ligadas ao presidente Ednaldo Rodrigues, que não o querem no comando da Seleção Brasileira.
Após o empate entre Palmeiras e Atlético, em 1 a 1, no Mineirão, em uma partida muito equilibrada, o gerente de futebol do Palmeiras, Anderson Barros, discutia com o quarto árbitro, Ronei Cândido Alves, perto da zona mista, setor que a imprensa pode circular no estádio.
O motivo era o gol anulado de Rony.
O produtor da Globo Minas, Pedro Spinelli, filmava a discussão, quando o treinador do Palmeiras, percebeu. E não teve dúvidas, foi para cima de Spinelli e não só interrompeu a filmagem, como tomou o seu celular.
E só que o treinador percebeu que o seu gesto, de tomar o celular, havia sido filmado por um repórter da rádio Itatiaia, que devolveu o aparelho ao produtor.
Sabendo da repercussão imediata da atitude intempestiva, Abel fez questão de começar a coletiva de imprensa no Mineirão, com a sua interpretação do incidente.
” Quero fazer um esclarecimento, uma vez que todo mundo aqui gosta de transformar um copo d’água em uma tempestade.
“Passou-se aqui uma discussão, uma confusão ali no túnel, entre nosso diretor esportivo e um dos assistentes da arbitragem.
“E tinha ali, não sei se repórteres, a filmarem tudo. Eu peço desculpas se me excedi. São coisas do futebol, isso é muito nosso, mas infelizmente hoje todos têm câmeras.
“Peço desculpas se me excedi. Há coisas que a imprensa não tem que saber. Mas antes que vire uma tempestade, são coisas que se passam, então essa introdução, esclarecimento.”
Abel não tem o direito de tomar celular de ninguém, na zona mista de um estádio, onde a imprensa pode circular. O produtor estava longe, atrás das grades que afastam os jogadores dos jornalistas.
E o treinador não pode determinar o que a impresa pode saber ou não.
O técnico palmeirense estava nervoso também porque foi entregar uma camisa sua, ao quarto árbitro, Ronei. Disse que o gesto era pela maneira respeitosa que foi tratado pelo juiz. Ronei não aceitou o presente.
Para completar o quadro, o técnico português alega que houve ‘invasão de privacidade’ e por isso tomou o celular do produtor.
“Eu senti foi invasão de privacidade.”
Não houve ‘invasão de privacidade’ alguma.
Já que a zona mista é de livre acesso aos jornalistas e produtores esportivos.
Se Abel tomasse o celular de alguém comandando a Seleção, a repercussão seria mundial. E péssima para a CBF.
O que aconteceu hoje foi pura censura.
O descontrole do treinador é indiscutível.
O Palmeiras não toma providência alguma, por conta do trabalho excelente que faz comandando o time.
Mas Abel Ferreira precisa ter limites.
Por exceder esses limites é que não assumirá a Seleção Brasileira.
Ele está fazendo mal para ele mesmo…