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A suposta relação entre a prisão de Collor e o escândalo do INSS

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Narrativa é plausível, dada a aliança entre Moraes e Lula, mas não para em pé

Sobre a narrativa de que a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello foi um teatro para abafar o roubo dos aposentados no INSS:

1) Ela em nada abafou o caso dos descontos e fraudes, que continuou sendo desdobrado com a revelação de que Carlos Lupi sabia das denúncias, gerando pressão no governo Lula pela demissão do ministro da Previdência Social e articulação da oposição por CPI.

2) Ela reforçou a legitimidade da Lava Jato, cujas provas inicialmente coletadas em operação autorizada por Sergio Moro foram reconhecidas pelo próprio STF, onde Collor, ao contrário de Lula, não tem indicados políticos.

3) Ela trouxe de volta ao debate público a responsabilidade de Lula sobre o escândalo do petrolão, incluindo a entrega de parte da BR Distribuidora para Collor.

4) Ela não surgiu da noite para o dia, já que a investigação, iniciada a partir de busca e apreensão de 2014, gerou denúncia do então PGR em 2015, condenação no STF em 2023, rejeição de parte dos recursos em 2024 e agora, em 2025, a rejeição dos recursos restantes, com a consequente ordem para início de cumprimento da pena.

Com a concessão de prisão domiciliar para Collor uma semana depois, em decisão de Moraes, o STF ainda passa a ser merecidamente criticado por ter levado 10 anos para mandar prender um ex-presidente corrupto; por permitir, em razão das alegações de idade avançada e problemas de saúde reforçadas justamente pela lentidão do tribunal, que ele curta a sua “pena” adoidado em mansão de R$ 9 milhões e 600 metros quadrados; pela contribuição histórica da Corte para o ambiente de impunidade onde criminosos de colarinho branco se sentem protegidos; e pelo custo bilionário do Poder Judiciário de um país onde o crime compensa.

Apesar de tudo isso, em vez de aprender a contrastar a retórica das redes sociais com os acontecimentos do mundo real, há uma saída mais prática para quem ainda quer muito acreditar na narrativa – plausível, sim, dada a aliança entre governo Lula e STF, mas desprovida de lógica e evidências – do acobertamento do caso do INSS com a prisão já relaxada de Collor: concluir que o tiro de Moraes saiu pela culatra e que ele se deu mal.

*Com informações oantagonista

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