Quilômetros de rios caudalosos transformados em extensas faixas de areia. Esse é o cenário ocasionado pela estiagem em Tefé (a 523 quilômetros de Manaus). Nesta quinta-feira (13/10), a prefeitura municipal decretou situação de emergência devido à seca severa, que já atinge três mil famílias.
A situação é tão severa que o rio secou e deixou a régua que mede o nível do rio completamente descoberta, segundo a Defesa Civil do Município. O lago porto praia, que é usado para locomoção da população desapareceu.
De acordo com a Defesa Civil, há 116 comunidades rurais em situação de isolamento, enfrentando dificuldades para acessar água potável, alimentos e ir às escolas. Situado na região da bacia do Solimões, Tefé não é a única cidade do Amazonas a começar a enfrentar os impactos da seca, que promete ser uma das mais severas da história.
Até o momento, 45 cidades estão começando a enfrentar o período mais severo de vazante, conforme monitoramento da Defesa Civil do Estado, com base em dados do Centro de Monitoramento e Alerta (Cemoa).
Na calha do Rio Negro, onze cidades estão em situação de Atenção. Nas calhas dos rios Juruá, Purus e Solimões, há 34 cidades em condição de alerta.
A seca gera impactos diretos na economia do Amazonas, uma vez que grande parte do transporte de mercadorias é feito por embarcações. Além disso, o nível baixo aumenta os riscos de acidente. Na semana passada, um barco tombou na Região Metropolitana de Manaus ao bater em bancos de areia.
Indicadores do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontam para o menor volume de chuvas no Amazonas dos últimos 15 anos. Elas ficaram abaixo do esperado no período mais chuvoso do ano, entre os meses de janeiro a abril, e nos meses mais secos, de julho a setembro, a chuva acumulada foi a menor em duas décadas, com redução de 90% no volume de chuvas.